Inflação mais moderada em Maio nos EUA

Resultados surpreendem pela positiva e tornam mais provável um corte de taxas de juro nos EUA ainda no decorrer deste ano.

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Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana KEVIN LAMARQUE / REUTERS
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A taxa de inflação homóloga nos EUA desceu para 3,3% em Maio, apresentando uma evolução mais favorável do que a esperada pela maior parte dos analistas. O início de um corte das taxas de juro ainda no decorrer deste ano tornou-se, assim, mais provável.

A poucas horas de os responsáveis da Reserva Federal darem por concluída a reunião em que decidem o que fazer às taxas de juro, os dados dos preços nos EUA vieram revelar que, em Maio, as pressões inflacionistas foram ligeiramente mais suaves do que aquilo que se estava à espera.

A taxa de inflação homóloga, que em Abril se tinha cifrado em 3,4%, desceu para os 3,3% em Maio, com a variação mensal dos preços a ser nula. Entre os analistas, as previsões eram, em média, de uma subida dos preços mensal de 0,1%, com a inflação homóloga a permanecer nos 3,4%.

Nos Estados Unidos da América (EUA), ao contrário do que aconteceu na Europa, a inflação tem vindo a revelar ao longo da primeira metade de 2024 uma grande dificuldade em prolongar a tendência de descida registada na segunda metade de 2023. A inflação homóloga não só deixou de se aproximar da meta dos 2% estabelecida pela Fed, como se mantém de forma sólida acima dos 3%.

Isto fez com que as expectativas para o início da descida de taxas de juro por parte da Fed se tenham vindo a refrear progressivamente. Se, antes, era esperado um primeiro corte já este Verão, com diversas novas descidas até ao final do ano, agora instalou-se a dúvida se haverá mesmo condições para começar a cortar as taxas de juro ainda no decorrer de 2024.

Em Maio, o andamento forte da economia e a força do mercado de trabalho (com aumentos significativos do número de empregos e dos salários) criaram a expectativa que a taxa de inflação continuasse a subir, mesmo que de forma ligeira.

Mas agora, a estabilização do indicador conhecida esta quarta-feira dá razões para um pouco mais de optimismo em relação aos próximos passos a dar pela Reserva Federal na luta contra a inflação.

Uma descida de taxas na reunião desta quarta-feira está totalmente colocada de lado, assim como um movimento do mesmo tipo em Julho, mas, nos mercados, nos minutos a seguir a ser conhecidos os dados da inflação de Maio, reforçaram-se as apostas relativamente a um primeiro corte das taxas de juro na reunião de Setembro, algo que antes se tinha parecia improvável.

No final da reunião desta quarta-feira, o presidente da Fed irá dar pistas relativamente ao que irá acontecer nos próximos meses, sendo igualmente publicadas novas projecções da autoridade monetária para a evolução dos principais indicadores económicos e das próprias taxas de juro. Na última reunião, os responsáveis da Fed antecipavam a realização até ao final do ano de três cortes de 0,25 pontos percentuais nas taxas.

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