“Ainda não sou eu própria”, diz primeira-ministra dinamarquesa dias após agressão

Mette Frederiksen está a recuperar da agressão que sofreu na semana passada no centro de Copenhaga. O agressor estava sob efeito de drogas e álcool e nada indica um motivo político para o ataque.

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Mette Frederiksen tem 46 anos e é primeira-ministra desde 2019 Mads Claus Rasmussen / VIA REUTERS
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A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou na terça-feira que ainda está a recuperar física e mentalmente de um ataque ocorrido no centro de Copenhaga na semana passada e alertou para o risco de novos ataques contra políticos.

Um homem polaco de 39 anos foi detido preventivamente na sequência da agressão que provocou uma lesão ligeira no pescoço à primeira-ministra. O agressor estava sob a influência de álcool e drogas na altura e nada indicou um motivo político, segundo concluíram as autoridades dinamarquesas.

"Ainda não sou eu própria", disse Frederiksen numa entrevista ao canal de televisão DR. "Eu tomo conta do meu trabalho como primeira-ministra, e sempre tomarei. Também consegui fazê-lo durante o fim-de-semana, mas não da forma que normalmente consigo."

O ataque ocorreu apenas três semanas depois de o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ter sido gravemente ferido numa tentativa de assassinato.

Frederiksen diz ter assistido a uma mudança no espaço público nos últimos anos. "Todos nós sentimos, em todos os partidos (políticos), que os limites estão a mudar radicalmente", afirmou. "Houve ameaças durante um longo período de tempo, um tom muito duro nas redes sociais que se agravou, e especialmente depois da guerra no Médio Oriente. Muitos gritos em público, pessoas a comportarem-se de forma muito, muito agressiva."

A Dinamarca é considerada nos inquéritos um dos países mais felizes do mundo e os seus cidadãos orgulham-se da sua inclusão, igualdade e generoso modelo de bem-estar.

"Orgulhamo-nos de um país onde o primeiro-ministro vai de bicicleta para o trabalho", considerou Frederiksen. "Mas houve uma mudança. Sempre me mostrei disponível, mas o cenário nas ruas mudou e há sítios onde já não podemos ir, pelo menos alguns de nós, políticos", acrescentou.

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