Economia mundial abaixo do ritmo da pré-pandemia até 2026
Previsões do Banco Mundial são melhores do que as apresentadas em Janeiro, mas alertam para a manutenção do ritmo de crescimento moderado nos dois próximos anos.
A economia mundial deverá conseguir, depois de dois anos a abrandar, estabilizar o seu ritmo de crescimento este ano, prevê o Banco Mundial, que aponta, contudo, para um ritmo abaixo do registado antes da pandemia, pelo menos até 2026.
Nas suas novas previsões para a economia mundial, a entidade com sede em Washington mostrou um tom ligeiramente mais optimista do que o revelado no início deste ano. A estimativa de crescimento global para este ano passou de 2,4% para 2,6%, o que significa que este indicador deverá, ao fim de dois anos seguidos de declínio, estabilizar, já que a variação do PIB mundial em 2023 foi também de 2,6%.
A revisão em alta deveu-se, de acordo com as explicações dadas no relatório publicado nesta terça-feira, ao desempenho mais forte do que o esperado da economia dos Estados Unidos, onden apesar das taxas de juro elevadas, não há sinais de contracção significativa da procura interna e do emprego. O Banco Mundial prevê agora que os EUA cresçam 2,5% este ano, quando em Janeiro apontavam apenas para 1,6%.
No caso da zona euro, as previsões para este ano mantiveram-se inalteradas, de um crescimento de 0,7%.
A nível global, para 2025 e 2026, as previsões do Banco Mundial são igualmente de uma manutenção de um ritmo de crescimento estável, de 2,7% nos dois anos.
Estes resultados, a confirmarem-se, significarão que a economia mundial irá continuar a apresentar um ritmo inferior ao que se registava antes da pandemia. Na década anterior à chegada da covid-19, o crescimento médio global situou-se em 3,1%.
É por isso que, ao apresentar as suas novas projecções, os responsáveis do Banco Mundial se referiram à existência de boas e más notícias. “De certo modo, vemos um caminho para uma aterragem suave da economia mundial. Essa é a boa notícia. O que não é uma boa notícia é que podemos estar presos na faixa de rodagem mais lenta”, afirmou o economista-chefe do banco, Ayhan Kose.
O relatório assinala que, para 80% da população mundial, o crescimento em 2025 e 2026 será mais lento do que na década antes da pandemia, sendo que, para as economias mais pobres do planeta, a situação se torna particularmente preocupante devido aos efeitos do agravamento do serviço da dívida, ao impacto das alterações climáticas e às dificuldades trazidas pelas políticas proteccionistas implementadas pelos países mais desenvolvidos.