Advogados do Benfica desiludidos e revoltados com decisão de julgar SAD e ex-dirigentes

Equipa jurídica das “águias” acusa juiz de desvalorizar “toda a abundante prova” produzida na fase de instrução.

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Estádio da Luz Matilde Fieschi
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A equipa jurídica do Benfica diz-se desiludida e revoltada com a decisão do juiz de instrução levar a julgamento a SAD "encarnada" e os antigos dirigentes no âmbito do Processo Saco Azul. Luís Filipe Vieira (ex-presidente), Domingo Soares de Oliveira (antigo administrador da SAD) e Miguel Moreira (ex-administrador financeiro) vão responder em regime de co-autoria por três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documentos. Os advogados João Medeiros, Rui Patrício e Paulo Saragoça da Matta contestam a decisão.

"O senhor juiz de instrução não acolheu os argumentos apresentados pela defesa do Benfica e desvalorizou toda a abundante prova produzida em sede de instrução, optando por dar primazia a alguma prova recolhida durante o inquérito, e mesmo quanto a essa só valorizando indícios num sentido e desvalorizando os outros", refere a equipa jurídica em comunicado.

O tribunal acredita que os responsáveis do Benfica assinaram contratos fictícios com o objectivo de retirar dinheiro dos cofres do Benfica. Essas verbas regressariam, numa fase posterior, ao clube em forma de dinheiro vivo. As aplicações desse dinheiro não foram concretamente apuradas pela investigação, mas o juiz não tem dúvida de que os serviços de informática em causa não foram prestados, levando o caso a julgamento.

"A opção, não sendo surpreendente, porque corresponde a uma prática habitual mais confortável de enviar o processo para julgamento em lugar de contrariar a investigação, muito nos revolta e desilude, designadamente à luz da prova produzida pela defesa do Benfica, que foi completamente desvalorizada pelo senhor juiz de instrução", acusam os causídicos.

A acusação diz que Luís Filipe Vieira começou, no Verão de 2016, a montar um esquema desenhado para retirar verbas dos cofres da Luz através de contratos fictícios. O ex-presidente terá recorrido a contratos celebrados com a empresa de consultadoria informática Questão Flexível, gerida pelo empresário José Bernardes. Os serviços prestados pelo pequeno negócio eram pagos pelo Benfica, mas, diz a investigação, seriam fictícios. A maioria dos valores pagos por esses serviços regressariam, já na forma de dinheiro vivo, às sociedades “encarnadas”.

Neste esquema, seria auxiliado por Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira. No total, foram assinados 19 contratos alegadamente fraudulentos, num total de 2,2 milhões de euros.

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