PAN extinto no mapa do Parlamento Europeu

PAN conseguiu apenas 47 mil votos e falhou a eleição de um eurodeputado.

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Pedro Fidalgo Marques falhou a eleição MANUEL DE ALMEIDA / EPA
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O PAN tinha concorrido pela primeira vez às eleições europeias em 2014, mas apenas cinco anos depois, em 2019, conseguiu eleger o seu primeiro eurodeputado. Foi Francisco Guerreiro, assessor parlamentar do então líder do PAN e licenciado em Comunicação Social, André Silva, que obteve 5,05%. Em reacção ao resultado desta noite, a porta-voz do partido Inês de Sousa Real considerou que o Parlamento Europeu "fica mais pobre" sem a representação do seu PAN, depois de ter falhado a eleição de um eurodeputado na noite de domingo.

"O Parlamento Europeu ficou mais pobre sem a nossa representação, também sem a representação de forças ecologistas por toda a Europa, uma vez que os Verdes europeus desceram. Temos neste momento um grande desafio do ponto de vista democrático, que é lidar com a extrema-direita", disse.

Sousa Real falava depois de o cabeça de lista do PAN às eleições europeias, Pedro Fidalgo Marques, ter admitido a derrota nas eleições para Parlamento Europeu, afirmando que o partido já tinha perdido o seu mandato em 2020, depois da renúncia de Francisco Guerreiro.

A líder do PAN lamentou ainda o facto de o partido não ter espaço no comentário político, como "tem a maior parte dos candidatos" que concorreram às eleições. Sousa Real insistiu, depois de saber da ultrapassagem pelo ADN, que Joana Amaral Dias "estava praticamente no comentário político todos os dias e chegava a milhões de pessoas".

Francisco Guerreiro já havia sido também analista de estudos de mercado e trabalhou para a Comissão Europeia. A sua história, como eurodeputado do PAN, contudo, não teve um final feliz. Pouco tempo depois de ser eleito, logo em 2020, anunciou a saída do PAN por “divergências políticas” com a direcção do partido, tendo optado por manter o cargo no Parlamento Europeu.

Em comunicado, explicou que “as divergências que justificam o seu afastamento do PAN assentam na falta de identificação política com várias posições relevantes tomadas pelo partido no Parlamento nacional, bem como com a linha política global que tem caracterizado a actuação do PAN nos últimos meses”, considerando que esta tem “limitado a independência política do eurodeputado em Bruxelas”.

Em 2021, o eurodeputado independente anunciou que se iria filiar no Volt quando terminasse o seu mandato em Estrasburgo: "A minha aproximação ao Volt é natural porque este é um movimento ecologista e europeísta que combate os populismos e as ideologias mais extremadas na União Europeia".

No fundo, o PAN vê acontecer nas eleições europeias aquilo que já tinha visto suceder nas legislativas: depois de uma rápida subida, a queda. Na Assembleia da República, ainda tem um lugar. No mapa do Parlamento Europeu, desaparece.