Da Dinamarca à Eslováquia. A votação em 10 países da Europa

Confira aqui os resultados em dez países da União Europeia.

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Eleições europeias realizaram-se este domingo REUTERS/Piroschka van de Wouw
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Esquerda Verde vence partido da primeira-ministra na Dinamarca

Na Dinamarca, a Esquerda Verde (SF) venceu as eleições ao Partido Social Democrata da primeira-ministra Mette Frederiksen, alvo de um ataque nos últimos dias da campanha. Pela primeira na história, o SF conseguiu três mandatos, e alcançou mais de 17% dos votos.

“O resultado eleitoral é muito melhor do que muitas pessoas da esquerda previam. E em termos de percentagem, é na verdade, superior ao que apontavam as sondagens”, escreve o jornal Politiken. “Embora já tenhamos registado um declínio maior anteriormente, desta vez é muito grande e é realmente irritante”, disse, por seu lado, primeira-ministra Mette Frederiksen nas redes sociais, que se congratulou pela extrema-direita não ter ganho terreno no país, ao contrário do que aconteceu noutros países do continente.

Partido de Fico perde eleições na Eslováquia

Segundo os resultados conhecidos até ao momento, o vencedor das eleições é a Eslováquia Progressista, uma das principais forças da oposição, com 27,81% dos votos. O Smer, do primeiro-ministro populista Robert Fico, alvo de um brutal ataque durante a campanha, obteve 24,76% dos votos, seguido do partido direita radical Republika, com 12,53%, do partido minoritário no poder Hlas, com 7,18%, e do Movimento Democrata Cristão (KDH), na oposição, com 7,14%.

Os outros partidos não atingiram o limiar dos 5%, não conseguindo eleger qualquer deputado, um fracasso especialmente para os dois partidos da oposição, Liberdade e Solidariedade (SaS) e Eslováquia (anteriormente conhecido como OĽaNO), bem como para o Partido Nacional Eslovaco (SNS), outro partido menor no poder.

Vitória da extrema-direita na Áustria

O Partido da Liberdade (FPÖ), de direita radical, ganhou as eleições para Parlamento Europeu na Áustria pela primeira vez com mais de 25%, elegendo seis eurodeputados, seguido do Partido Popular, conservador, do chanceler Karl Nehammer, com 24%, e do Partido Social-Democrata, com 23%.

Esta votação é, de certa forma, um ensaio para as eleições parlamentares do final do ano, em que as sondagens mostram que o FPÖ tem uma vantagem ainda maior. O partido tem extremado cada vez mais a suas posições e são conhecidas as posições pró-russas e as suspeitas de colaboração com Putin.

Abstenção recorde na Grécia com crescimento da direita radical

O partido conservado Nova Democracia, do primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, venceu as eleições de domingo, com 28% dos votos, deixando em segundo lugar o principal partido da oposição o SYRIZA e os socialistas do PASOK em terceiro.

Os partidos da direita-radical e da extrema-direita aumentaram também a sua percentagem de votos apesar de um deles, o Spartans, ter sido impedido pelos tribunais de concorrer a estas eleições. A Solução Grega consegue a obter quase 10% dos votos, o ultra-religioso Niki pouco mais de 4% e a Voz da Razão 3%. Registou-se também a maior abstenção nas eleições europeias nos últimos 15 anos, nestas que foram as quintas eleições no país no espaço de 13 meses, como diz o jornal grego Ta Nea.

Queda da direita radical na Suécia

Os sociais-democratas venceram as eleições na Suécia, com 25% dos votos, ficando à frente dos conservadores do Partido Moderado do primeiro-ministro Ulf Kristersson, que registaram pouco mais de 17% da votação.

Os analistas destacam, sobretudo, o resultado negativo do partido radical de direita na Suécia, os Democratas Suecos (DS), que nas legislativas de Setembro de 2022 se tinham destacado com um segundo lugar e que agora ficam pelo quarto lugar, atrás dos Verdes, com 13,4% dos votos. Os DS tinha mesmo sido projecto como possível vencedor em algumas das últimas sondagens. “Vamos ter de pensar porque é que não estamos a crescer”, disse Jimmie Åkesson, líder dos DS depois de se conhecerem os resultados.

Aliança verde-laboral vence partido de Wilders nos Países Baixos

A coligação que reúne o GroenLinks, da esquerda ecologista, e o Partido Trabalhista, de centro-esquerda (conhecida pela sigla neerlandesa GL/PvdA) venceu as eleições com 21,1% dos votos, deixando para trás o PVV, de Geert Wilders, vencedor das eleições legislativas de Outubro de 2023, com 17% dos votos.

“É uma óptima notícia”, disse Bas Eickhout, eurodeputado holandês e candidato dos Verdes à presidência da Comissão Europeia, à estação pública holandesa NOS, manifestando o seu desapontamento pelas derrotas dos Verdes em todo o continente. O partido de centro-direita do primeiro-ministro cessante Mark Rutte, o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD), ficou em terceiro lugar com 11,4% dos votos.

Centro-direita derrota partido nacionalista na Letónia

O partido de centro-direita Nova Unidade, do comissário letão Valdis Dombrovskis, ganhou as eleições no país báltico, com 25% dos votos, ficando à frente dos nacionalistas de direita radical Aliança Nacional, que conseguiu mais de 22%.

Com estes resultados, ambos os partidos mantêm os seus dois lugares que alcançaram em 2019. Os outros cinco lugares estão distribuídos por outros tantos partidos. O político pró-russo Nils Ušakovs mantém o seu lugar, o que significa que pode continuar a gozar da imunidade de que necessita para evitar os vários processos judiciais pendentes no seu país devido à sua conduta enquanto presidente da câmara da capital, escreve o Politico.

Não há onda de direita na Finlândia

Os resultados na Finlândia contrastam com a tendência europeia de crescimento dos partidos de direita radical. O Partido da Coligação Nacional, do primeiro-ministro Petteri Orpo, europeísta e de centro-direita, conseguiu mais de 24% dos votos, seguindo-se da Aliança de Esquerda, que fica com cerca de 17% dos votos.

O Partido dos Finlandeses, nacionalista, anti-imigração e eurocéptico, consegue menos de 8% dos votos, elegendo apenas um eurodeputado.

Conservadores da Estónia vencem primeiro-ministro

O partido de centro-direita estónio Isamaa, liderado pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Urmas Reinsalu e actualmente na oposição, venceu as eleições, conquistando dois dos sete lugares da Estónia no Parlamento Europeu, com mais de 21% dos votos. O Partido Social Democrata, que ficou em segundo lugar nas eleições, também obteve dois lugares.

Por seu lado, o Partido Reformista da primeira-ministra Kaja Kallas foi prejudicado e, desta vez, obteve apenas um lugar, em comparação com os dois lugares que obteve há cinco anos.

Resultados nacionais sem reflexo nas europeias na Bélgica

O partido flamengo de extrema-direita Vlaams Belang ganhou nas eleições nacionais e regionais da Bélgica. Mas com 97,5% dos votos contados, parece que isso não se vai traduzir em mais lugares para o Parlamento Europeu, diz o Politico. Três dos 22 lugares da Bélgica no Parlamento Europeu continuam nas mãos do Vlaams Belang; outros três vão para a Nova Aliança Flamenga, que se junta aos Conservadores e Reformistas Europeus.

O partido socialista de língua neerlandesa Vooruit conquistou um segundo lugar, tal como o partido de extrema-esquerda PVDA/PTB. O partido liberal do primeiro-ministro cessante, Alexander De Croo, perdeu um lugar, e os liberais francófonos do MR ganharam um.

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