“O mal de Camões é que, se ele durasse eternamente, ninguém mais escrevia”

É preciso tirar Camões do pedestal, mostrar o Camões malandro, subversivo, defende Helder Macedo, numa espécie de conselho breve de iniciação à leitura do poeta, ao qual dedicou uma vida de estudo.

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Daniel Rocha
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Poeta, romancista, ensaísta, crítico e professor, Helder Macedo vive há 65 anos em Inglaterra e dedicou parte da sua vida ao estudo da obra de Luís de Camões. Começou a lê-lo cedo, ainda em Lourenço Marques, onde viveu a infância e a adolescência, depois de ter nascido na África do Sul, em Novembro de 1935. Em Lisboa, estudou Direito e juntou-se ao grupo do Café Gelo, onde encontrava eco da sua contestação ao regime. Exilou-se em Londres, formou-se em Literatura, foi professor no King’s College, doutorou-se com uma tese sobre Cesário Verde. Voltaria a Lisboa depois do 25 de Abril, teve cargos executivos na área da cultura, ensinou em São Paulo, em Harvard e voltou a Inglaterra, onde dirigiu a cátedra dedicada a Luís de Camões, justamente no King’s College. Continua a viver em Londres e é actualmente Emeritus Professor of Portuguese. Entre a sua vasta obra, destacam-se os romances Pedro e Paula (2002) e Natália (2009), o livro de poesia Vesperal (1957). Vem regularmente a Lisboa, onde está a preparar o próximo número da revista Camões, junto com a investigadora Margarida Calafate Ribeiro. “É para falar de Camões?”, indagou irónico. “Não tenho feito outra coisa na vida”, conclui, cigarro entre os dedos, num passeio em Lisboa ao sol do meio-dia.

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