Há mais lojas antigas a fechar no Porto que não resistem à idade e aos investidores
Solução poderá passar por programas de incentivo ou pela classificação de lojas sem ser necessária candidatura do comerciante. Na lei da oferta e da procura, muitas vezes perde o comércio tradicional.
António Madureira tem 81 anos e a loja da qual ainda é responsável completaria 80 anos de actividade no próximo ano, se não estivesse em vias de encerrar. O estabelecimento comercial da Rua das Carmelitas, no Porto, onde o homem vende atoalhados desde os 14 anos, já não vai atingir essa marca. O negócio vai fechar no início de Julho. O motivo: o cansaço de várias décadas de trabalho; faltam sucessores para continuarem com o negócio; e o apelo de uma oferta de compra do estabelecimento por parte de um grupo de investidores espanhóis. A Casa Madureira, cada vez mais isolada numa Baixa do Porto onde o comércio está cada vez mais orientado para o turismo e outra população flutuante, é mais uma loja que vai desaparecer de vários negócios que funcionavam em edifício ou fracção dos quais os responsáveis pelas lojas também são proprietários. Numa actividade que está em constante mutação, o encerramento de lojas históricas tem acontecido amiúde: primeiro o comércio de rua modernizou-se, depois adaptou-se ao turismo e agora também luta contra o envelhecimento do sector e contra a tentação do capital financeiro de grandes investidores estrangeiros.
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