Iga Swiatek conquista torneio de Roland-Garros pela quarta vez

Carlos Alcaraz e Alexander Zverev disputam este domingo o título masculino.

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Iga Swiatek após vencer em Roland Garros Yves Herman / REUTERS
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Foi em 2018 que Jasmine Paolini defrontou pela primeira vez Iga Swiatek, então com 16 anos. A italiana, cinco anos mais velha, ficou surpreendida com a qualidade do ténis da polaca, que ganhava pontos de todo o lado do campo. Este sábado, na final de Roland-Garros, Swiatek voltou a somar bem mais winners (18) e tal como nos dois duelos anteriores, Paolini não conseguiu ganhar mais do que três jogos. Nada mudou? Sim, Swiatek é agora, aos 23 anos, a mais nova tenista a conquistar quatro torneios em Roland-Garros e ameaça ultrapassar a recordista Chris Evert, vencedora em sete edições. Para já, é a terceira jogadora a erguer a Taça Suzanne Lenglen pelo terceiro ano consecutivo, repetindo os sucessos de 2020, 2022 e 2023, e a primeira desde Justine Hénin (2005 a 2007).

“Este foi mais semelhante ao de 2022. Sabia o que queria alcançar e sabia que tinha o jogo para o fazer. Apesar de ter estado perto de sair, na segunda ronda com Naomi, sobrevivi a esse encontro e partir daí, joguei com enorme confiança. Estou muito orgulhosa porque não parei e a pressão não me enfraqueceu”, admitiu Swiatek, referindo-se ao encontro com Naomi Osaka em que enfrentou um match-point, antes de vencer (7-6, 1-6 e 7-5) e tornar-se na quarta em Roland-Garros a conquistar o título depois de passar a um ponto da derrota – tal como Anastasia Myskina (2004), Justine Hénin (2005) e Barbora Krejcikova (2021).

Mas desde então, o domínio da polaca foi avassalador e só cedeu 17 jogos até saltar de alegria e libertar-se da pressão que sentiu durante a quinzena, por ser a principal favorita; ser número um do ranking, detentora já de três títulos em Paris e sem perder há 12 encontros assim o justificava.

“Quando quero fazer uma coisa, faço a 100%. Sou perfeccionista em tudo, mas estou a trabalhar nisso, porque é uma coisa traiçoeira: por um lado, ajuda a ser cada vez melhor, mas também traz um enorme peso”, reconheceu a polaca, após o 22.º título da carreira de Swiatek em 26 finais, tendo ganho as últimas nove. A também campeã do US Open de 2022, é apenas a terceira na Era Open e a mais nova a ganhar as primeiras cinco finais que realiza no Grand Slam, imitando Margaret Court e Monica Seles, que conquistaram o quinto título depois dos 25 anos.

No derradeiro encontro do torneio feminino, Paolini até cometeu a proeza de ganhar um jogo de serviço da polaca, para liderar por 2-1, mas acabou por despertar o “monstro”: Swiatek trocou os erros pelos winners e somou 10 jogos consecutivos. E ao fim de 68 minutos, Swiatek concluía a final com os parciais de 6-2, 6-1.

“Ela bate a bola cedo, tira-nos tempo e com os efeitos defende muito bem, mas aqui é diferente; já ganhou quatro títulos com 23 anos, é incrível”, reconheceu Paolini, após disputar a primeira final de um major na sua carreira. “É uma sensação estranha, porque perdi a final, mas tenho de estar contente por estas duas semanas e pelo meu ranking. É um momento feliz, não triste. Tenho de admitir que tento ver as coisas assim”, reconheceu a italiana de 28 anos, que irá surgir, na próxima semana, no sétimo lugar do ranking.

Final masculina com dois "novatos"

No sector masculino, desde o abandono de Novak Djokovic que se sabia que a Taça dos Mosqueteiros iria ser erguida no domingo por novas mãos. Carlos Alcaraz e Alexander Zverev são os derradeiros candidatos e é curiosamente o mais novo que sabe o que é ganhar títulos do Grand Slam. Alcaraz estreou-se no palmarés dos majors em 2022, com a conquista do US Open.

No ano seguinte, surpreendeu Djokovic, na final de Wimbledon. Só agora chega à final de Roland-Garros, onde muitos prognosticavam que iria conquistar o primeiro grande título, mas é, aos 21 anos, o mais jovem a alcançar finais de “Slams” nos três pisos diferentes (hardcourts, relva e terra batida).

Experiência também não falta a Zverev. O alemão estreou-se mais cedo em finais de majors, em 2020, mas final do US Open não lhe deixou boas memórias; perdeu com Dominic Thiem, depois de vencer os dois sets iniciais e passar a dois pontos da vitória. Em 2022, quando praticava o melhor ténis da sua vida sobre a terra batida, sofreu uma lesão grave quando discutia, ponto a ponto, com Rafael Nadal por um lugar nas meias-finais. Agora aos 27 anos, o campeão olímpico e presença (quase) permanente no top 10 desde 2017, tem uma segunda oportunidade de entrar para a galeria dos grandes campeões.

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