Netanyahu vai discursar no Congresso dos EUA a 24 de Julho

Primeiro-ministro israelita diz que vai “apresentar a verdade” sobre a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Democratas associam-se a convite dos republicanos.

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Benjamin Netanyahu já discursou no Congresso dos EUA, em 2015 GIL COHEN-MAGEN / POOL / EPA
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz que vai “apresentar a verdade” sobre a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza quando se dirigir ao Congresso dos Estados Unidos no dia 24 de Julho, durante uma visita a Washington, confirmada na quinta-feira pelos dirigentes republicanos.

Num comunicado conjunto, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, informaram que o chefe do Governo israelita vai discursar numa sessão conjunta das duas câmaras do congresso.

Nesse comunicado, Netanyahu agradeceu o “privilégio” de “representar Israel” no Congresso e de “apresentar a verdade aos representantes do povo americano e ao mundo inteiro sobre a nossa guerra justa contra aqueles que procuram destruir-nos”.

Johnson e McConnell dizem que o político israelita terá a oportunidade de “partilhar a visão do Governo de Israel para a defesa da democracia, para o combate ao terrorismo e para o estabelecimento de uma paz justa e duradoura na região.”

A visita do primeiro-ministro israelita numa altura de tensão com o Presidente democrata dos EUA, Joe Biden, que tem apoiado a guerra de Israel em Gaza, mas que, recentemente, tem sido mais crítico sobre as tácticas militares israelitas, ao ponto de ter ordenado a suspensão do envio de algum armamento que poderia ser utilizado na ofensiva do Exército de Israel em Rafah.

Ainda não se sabe se Netanyahu também se vai reunir com o chefe de Estado norte-americano durante a visita aos EUA.

O apoio de Biden a Israel é cada vez mais um risco eleitoral para a sua recandidatura à Casa Branca, na eleição contra Donald Trump. Muitos eleitores que participaram nas primárias democratas, assim como alguns dirigentes políticos do partido criticam Israel devido às dezenas de milhares de civis palestinianos mortos em Gaza e exigem que o Presidente dos EUA pressione Netanyahu a aceitar um cessar-fogo humanitário no enclave.

Os republicanos também criticam Biden pela sua posição sobre guerra, mas afirmando que o Presidente não está a fazer o suficiente para ajudar Israel.

Num comunicado separado, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, assumiu as suas “divergências” com o primeiro-ministro israelita, mas informou, ainda assim, que se associou ao convite para Netanyahu discursar no Congresso.

“Tenho divergências claras e profundas com o primeiro-ministro, que já expressei em privado e publicamente e continuarei a fazê-lo”, disse Schumer. “Mas como a relação dos Estados Unidos com Israel é sólida e transcende uma pessoa ou um primeiro-ministro, juntei-me ao convite para que ele discursasse.”

O Hamas atacou o território israelita no dia 7 de Outubro do ano passado, matando cerca de 1200 pessoas e capturando mais de 250, de acordo com os registos israelitas. Cerca de metade dos reféns foram libertados numa trégua acordada em Novembro.

Em resposta ao ataque do movimento islamista palestiniano, Israel lançou um ataque militar a Gaza que, desde então, matou mais de 36 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde do território, que acreditam que milhares de outros mortos estejam enterrados sob os escombros.

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