“’É irreal o que se passa na mina da Caveira’: há contaminação em Grândola”, publicado a 19 de Maio 2024

Direito de resposta da empresa Alcaxua, Lda. à notícia publicada a 19 de Maio de 2024 nas edições impressa e online do PÚBLICO.

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1. A Alcaxua, Lda. adquiriu a propriedade em crise no dia 10 de Abril de 2013;

2. Assim, fácil será concluir que esta sociedade nunca explorou nem retirou qualquer beneficio da extração mineira, tendo antes sido a sociedade de nome “Sapec” - Parques Industrias S.A. que explorou e retirou os dividendos em mais de 70 anos;

3. Coloca-se a questão se a reportagem entrou em contacto com esta empresa para saber o que foi feito no momento de desativação da mina. Não consta da mesma;

4. Logo no ano seguinte à aquisição da propriedade da Mina da Caveira, ie, em 2014 e após tomarmos conta da propriedade e das suas implicações, apesar de nunca termos tido qualquer negócio de minas, tivemos uma reunião com a entidade do Estado responsável por minas desactivadas e competente neste tipo de explorações mineiras: a "EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A.";

5. Nessa reunião, que ocorreu no dia 18 de junho de 2104 na presença do Senhor Vice Presidente Engenheiro Ricardo Amaral Pinto e outros especialistas do ramo da indústria mineira, entre outros o Sr. Prof. Dr. Gaspar Nero, a mesma apresentou um plano de intervenção na Mina da Caveira que a nossa empresa imediatamente aceitou como base na proposta apresentada no que respeita à sua execução;

6. Certo é que tal intervenção não foi feita nem nunca mais a EDM fez qualquer diligência nesse sentido;

7. Lembramos que é esta empresa do Estado que tem a capacidade técnica e a obrigação de proceder a estas intervenções;

8. Claro que a Alcaxua, Lda. sempre esteve, está e estará disponível para que as entidades competentes entrem na propriedade façam o balanço do que deve ser feito e procedam à respectiva intervenção;

9. A Alcaxua, Lda. já não está disponível para entrar no "circo" mediático jornalístico sem qualquer base e a mínima investigação;

10. Pelo que neste mesmo momento irá ser enviado um ofício às entidades competentes para procederem aos estudos e fazerem as intervenções necessárias;

11. Relativamente à Câmara Municipal de Grândola basta saber que tal como a Alcaxua, Lda. continuam à espera da questionada intervenção da EDM e que neste caso jornalístico não tem cabimento posicionar esta entidade como faltando às suas obrigações, o que é definitivamente falso;

12. Finalmente muito lamentamos que esta peça jornalística não tivesse feito o que qualquer estudante de jornalista faria e que seria responder às seguintes questões:

a) de que forma a empresa Sapec deixou a mina quando a desativou? Foram consultar os registos da época?

b) Que tipo de acordo com o Estado para exploração da mina a Sapec tinha?

c) Que acordo Estado e a Sapec assinaram quando esta deixou de explorar a mina e a que tipo de obrigações ficou subjugada?

13. Ora, é fácil de ver que a reportagem é absolutamente omissa sobre estes pontos numa demonstração de um jornalismo feito de forma muito amadora e pouco profissional.

14. Para terminar estamos e sempre estaremos disponíveis para responder a qualquer questão, mas nos tempos que conseguimos e não nas datas impostas pelos Senhores jornalistas, pois o mundo profissional não se orienta para receber o Senhor Jornalista no dia e hora que o mesmo impõe.

Quanto à contaminação que refere a publicação em causa, a 14/Sociedade apenas pode atestar o facto de não se conhecerem consequências na biodiversidade envolvente aos escombros da desativada mina. De facto, não há casos conhecidos de doenças associadas a estes escombros, nem é do nosso conhecimento que surgem animais mortos na Ribeira de Grândola.

Também é falsa a seguinte afirmação: “A água superficial, proveniente da escombreira da mina da Caveira, ‘é usada principalmente na agricultura, pecuária e usos domésticos’”.

Vejamos, a verdade é que a água proveniente dos escombros da antiga mina é escoada através da Ribeira da Mina, não existindo nenhum ponto de captação de água por parte da Alcaxua, Lda. no seu leito. Mais, de uma imagem da investigação que dá causa à notícia e que tem como membro a Investigadora Rita Fonseca, podemos aferir que a amostra CV13, correspondente ao Açude, foi considerada limpa. O Açude situa-se a montante da Ribeira da Mina, representa a reserva de água que é utilizada em toda a propriedade, a qual na sua maior parte é proveniente da Ribeira do Canal, um afluente da Ribeira de Grândola, situado a aproximadamente a 2 Km da mina e que não apresenta qualquer contaminação do tipo indicado da publicação. Coloca-se a questão, como foi obtida a fotografia e a dita amostra, quando afirmativamente não houve qualquer visita da entidade investigadora à propriedade onde se encontra localizada a mina.

Também de lamentar, são as considerações da Investigadora citada na notícia em causa: “Rita Fonseca tem dificuldade em entender como é que ‘numa das áreas mineiras mais contaminada do país’ pode operar uma ‘empresa produtora e fornecedora de produtos agra-pecuários, criados em viveiros e florestas’, e ainda oferece alojamento em regime de turismo em espaço rural.”

Esta afirmação é, desde logo, lamentável porquanto não enceta qualquer facto, mas antes considerações opinativas que se mostram prejudicais para uma empresa que em nada contribuiu para o problema em causa, mas antes para a sua solução tanto através dos contactos efectuados junto da entidade responsável, a EDM, bem como através dos esforços realizados para criar condições adequadas à produção no local sem riscos de qualquer natureza. A I4/Sociedade no âmbito da sua atividade pauta a sua conduta pelo cumprimento escrupuloso pela legislação em vigor.

Concluindo, é de lamentar que não tenham V. Exas. encetado esforços no sentido de ouvir a N/Sociedade sobre a notícia aqui em causa. De lamentar igualmente é o facto de se passar uma imagem de perigo para a biodiversidade e pessoas, quando não há relatos de qualquer consequência direta, em mais de 50 anos desde o encerramento das atividades da mina. No que à biodiversidade diz respeito, também esta não se encontra em causa. Aliás, é missão da Alcaxua, Lda. mostrar aos seus clientes a maravilhosa biodiversidade existente em Grândola, nomeadamente no local onde antigamente funcionava uma exploração mineira. A N/Sociedade contribui para que se mudasse a história deste local, sendo agora um turismo no espaço rural que se pauta pela ecologia e sustentabilidade, sendo o sítio ideal para aqueles que se querem conectar com a Natureza.

Carlos Pereira Ribeiro, gerente da Alcaxua Lda.​

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