Operafest regressa com estreia absoluta de cantata a partir de Os Lusíadas

Cantata-performance de Gustavo Sumpta assinalará os 500 anos do nascimento do poeta; seguir-se-á, em Dezembro de 2025, uma visita do compositor Nuno da Rocha à grande epopeia camoniana.

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Juan, de Kasper Holten, a partir do Don Giovanni de Mozart, é um dos filmes que acompanharão o programa operático do festival dr
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O Operafest celebra este ano o poeta Luís Vaz de Camões, com a estreia absoluta de uma cantata-performance a partir de Os Lusíadas, numa edição que se estenderá de Oeiras a Lisboa, a partir de 22 de Agosto, e que decorrerá sob o tema "Instinto fatal".

A quinta edição do Operafest arranca nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras, com as óperas Cavalleria Rusticana, de Mascagni, e Palhaços, de Leoncavallo, que estarão em cena nos dias 22, 24 e 26 de Agosto. Os mesmos jardins, que se estreiam como palco de ópera, acolherão, em estreia nacional e até ao final do mês, o conto-ópera O Polegarzinho, da compositora francesa Isabelle Aboulker, a partir do conto de Charles Perrault, na versão portuguesa de Luís Rodrigues, com encenação de Sandra Faleiro.

O festival de ópera independente liderado pela soprano Catarina Molder desloca depois o seu epicentro para Lisboa, onde decorrerão os restantes espectáculos até ao encerramento, a 11 de Setembro.

Um dos grandes destaques da programação deste ano, antecipa a organização, é a "homenagem especial" a Luís Vaz de Camões, nos 500 anos do seu nascimento, com a estreia absoluta da cantata-performance Tormento, para ensemble vocal feminino e electrónica, "a partir do extraordinário Canto V" de Os Lusíadas.

Este espectáculo construído por Gustavo Sumpta, com música de Nuno da Rocha, poderá ser visto na Trienal de Arquitectura de Lisboa, no Palácio Sinel de Cordes, em Santa Clara, nas noites de 5 e 6 de Setembro.

Ainda no âmbito das celebrações dos 500 anos de Camões, a organização do Operafest anunciou ter encomendado também ao compositor Nuno da Rocha o poema sinfónico-coral Lusíadas, a partir da epopeia homónima, em parceria com a Orquestra Metropolitana, a estrear em Dezembro de 2025.

O principal palco lisboeta deste quinto Operafest será o anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian, onde terá lugar a apresentação de Don Giovanni, de Mozart. Com encenação de João Pedro Mamede, que assim se estreia em ópera, propõe-se uma nova leitura deste mito. A direcção musical cabe ao maestro Pedro Carneiro, que terá à sua frente a Orquestra de Câmara Portuguesa e um elenco liderado por Christian Lújan e composto por Luís Rodrigues, Patrícia Modesto, Rafaela Albuquerque e Cecília Rodrigues, entre outros. O espectáculo apresenta-se nos dias 30 e 31 de Agosto e 2 e 4 de Setembro.

O concurso de ópera contemporânea Maratona Ópera XXI regressa nesta quinta edição, expandindo-se para uma plataforma (a Plataforma Novas Dinâmicas para a Ópera de Hoje) e apostando na formação, na investigação e na criação. Este ano, incidirá na construção de libretos, com uma oficina orientada pelo escritor e dramaturgo Miguel Castro Caldas e um concurso de libretos em duas modalidades (breves libretos destinados a óperas de pequeno formato e libretos para óperas de maior fôlego).

A já emblemática rave operática marcará presença no Titanic Sur Mer a 7 de Setembro, este ano sob o mote "Atracção fatal", com uma festa de fusão de ópera com electrónica, pop e afrobeat e actuações dos Ena Pá 2000, de a deusa urbana e da DJ Nídia.

O ciclo cine-ópera, uma parceria com a Cinemateca Portuguesa, apresentará Non, ou a Vã Glória de Mandar (1990) e O Velho do Restelo (2014), de Manoel de Oliveira, e, para os mais novos, O Rapaz do Cabelo Verde, de Joseph Losey, tudo no dia 7 de Setembro.

Serão ainda apresentadas, respectivamente a 9, 10 e 11 de Setembro, as versões cinematográficas dos grandes clássicos desta edição: Juan (2010), de Kasper Holten, a partir do Don Giovanni de Mozart, Pagliacci (1982) e Cavalleria Rusticana (1982), ambos de Franco Zefirelli.

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