Ucrânia reivindica primeiro ataque com armas ocidentais em território russo

Kiev recebeu, nas últimas semanas, permissão dos seus principais aliados para atingir, com as armadas cedidas, certos alvos militares dentro da Federação Russa.

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Moscovo lançou, no mês passado, ofensiva contra a região ucraniana de Kharkiv, na fronteira com a Federação Russa Valentyn Ogirenko / REUTERS
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A Ucrânia assumiu esta terça-feira a responsabilidade pelo seu primeiro ataque com armas ocidentais contra um objectivo militar localizado dentro da Federação russa, anunciou a ministra ucraniana para a Reintegração dos Territórios Ocupados.

"Queima lindamente. É um S-300 russo. Em território russo. Os primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais em território inimigo", escreveu Irina Vereshchuk numa publicação nas redes sociais, citada pela CNN, em que acompanha uma fotografia do ataque referido.

Não foi possível confirmar de forma independente a alegação da ministra, mas na segunda-feira o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um think tank norte-americano, concluiu ser "provável" que a Ucrânia tenha utilizado o sistema de mísseis Himars, fornecido pelos EUA, para atacar alvos na Rússia. Segundo o grupo, terá sido destruído um sistema de mísseis russos S-300 localizado na região fronteiriça de Belgorod, entre o dia 1 e 2 de Junho.

Kiev recebeu, nas últimas semanas, permissão dos seus principais aliados para atingir, com as armadas cedidas, certos alvos militares dentro da Federação Russa.

Desde o início da guerra, os parceiros de Kiev proibiram a Ucrânia de atacar dentro do território russo por medo de uma possível retaliação de Moscovo. Esta limitação não incluiu os territórios ucranianos ocupados pela Rússia.

Esta mudança de política sobre as condições em que a Ucrânia pode utilizar as armas que recebe coincidiu com a ofensiva lançada pela Rússia em meados do mês passado contra a região ucraniana de Kharkiv, na fronteira com a Federação Russa.

As forças russas abriram uma nova frente depois de cruzarem a fronteira a partir do seu próprio território.

A entrada russa naquela zona do nordeste da Ucrânia despertou preocupação nas capitais ocidentais e em Kiev, que passou a exigir com crescente veemência que fosse permitido neutralizar com as armas recebidas os ataques russos contra Kharkiv, atingindo concentrações de tropas, aviões, sistemas de mísseis e outros alvos russos.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, congratulou-se com a permissão recebida para atacar certas áreas e objectivos militares dentro da Rússia, e explicou que Kiev continua a trabalhar para eliminar as restrições que os seus aliados continuam a impor ao uso das suas armas contra o território inimigo.