Kamala Harris vai representar a Casa Branca na conferência de paz ucraniana na Suíça

Volodymyr Zelensky considera que a ausência de Joe Biden da iniciativa ucraniana será recebida com “um aplauso” de Putin.

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Será a vice-Presidente dos EUA a marcar presença na cimeira ucraniana organizada na Suíça este mês Elizabeth Frantz / REUTERS
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A vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, irá liderar a delegação norte-americana que vai marcar presença na conferência de paz organizada na Suíça pela Ucrânia daqui a pouco mais de uma semana. O Governo de Kiev gostaria de contar com o Presidente Joe Biden e criticou a decisão da Casa Branca.

A ausência de Biden, disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, será recebida “com um aplauso [do Presidente russo, Vladimir] Putin – um aplauso de pé e pessoal”.

A conferência marcada para 15 e 16 de Junho tem sido promovida por Kiev como uma forma de juntar os países que defendem um acordo de paz segundo as linhas do que é proposto pelas autoridades ucranianas. A pouco mais de uma semana, Zelensky, que se tem desdobrado em viagens diplomáticas, conseguiu assegurar a presença de representantes de mais de cem países.

No entanto, a presença de Biden teria um significado importante para mostrar o apoio de Washington à Ucrânia, sobretudo num momento difícil para as forças ucranianas que combatem a Rússia.

“Acredito que a cimeira de paz necessita do Presidente Biden, e outros líderes necessitam do Presidente Biden porque irão olhar para a reacção dos EUA”, afirmou Zelensky numa conferência de imprensa em Bruxelas na semana passada.

A justificação dada pela Casa Branca para a ausência de Biden é a de que o fim-de-semana da cimeira coincide com uma importante acção de recolha de donativos para a campanha presidencial do democrata para as eleições de Novembro. Além de Harris, também irá integrar a comitiva norte-americana o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.

“A vice-Presidente irá sublinhar o compromisso da Administração Biden-Harris no apoio aos esforços da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura, baseada na soberania e na integridade territorial da Ucrânia e nos princípios da Carta da ONU”, informou a Casa Branca num comunicado.

Washington tem desvalorizado a ausência de Biden e rejeita que a decisão signifique qualquer recuo no apoio dos EUA à Ucrânia. “Desde o início do conflito que nenhum outro líder fez tanto nem continua a fazer tanto como o Presidente Biden tem feito para garantir que a Ucrânia tem o que necessita para se defender da agressão russa”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, na semana passada.

A Rússia tem criticado a organização do encontro, para o qual não foi convidado nenhum representante do Kremlin, dizendo ser inútil discutir um acordo de paz sem a sua presença. “É uma actividade completamente absurda, um passatempo ocioso”, disse nesta terça-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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