Renováveis abastecem 87% do consumo de eletricidade até Maio

Condições de produção hidroeléctrica e eólica acima da média histórica reduziram utilização das centrais a gás e as necessidades de importação de electricidade.

Foto
A energia eólica assegurou quase um terço do consumo entre Janeiro e Maio Adriano Miranda
Ouça este artigo
00:00
02:28

A produção renovável abasteceu 87% do consumo de electricidade nos primeiros cinco meses do ano e quase 70% em Maio, segundo dados divulgados hoje pela REN – Redes Energéticas Nacionais.

De Janeiro a Maio, a produção hidroeléctrica abasteceu 43% do consumo, a eólica 30%, a fotovoltaica 8% e a biomassa 6%, detalhou em comunicado a gestora dos sistemas nacionais de electricidade e de gás natural.

Já a produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, correspondendo os restantes 4% a saldo importador.

Considerando apenas o mês de Maio, a produção renovável foi responsável por abastecer perto de 70% do consumo de electricidade e a não renovável por 3%, enquanto os restantes 27% corresponderam a energia importada.

No mês em análise, a produção de energia eléctrica a partir de energia solar abasteceu 12% do consumo nacional, a quota mais elevada de sempre para esta tecnologia.

No período de Janeiro a Maio, o índice de produtibilidade hidroeléctrica registou 1,36 (média histórica de 1), o de produtibilidade eólica 1,08 e o de produtibilidade solar 0,94.

Em Maio, o consumo de energia eléctrica manteve a tendência de subida registada nos últimos meses, com uma variação homóloga de 2,1%, ou 3,2%, com correcção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis. Quanto ao consumo acumulado anual, registou uma evolução homóloga de 2,2%, ou 2,7%, com correcção de temperatura e dias úteis.

No mercado de gás natural, o segmento de produção de energia eléctrica foi “penalizado pela elevada disponibilidade de energia renovável e por importações de energia eléctrica significativas”, tendo registado uma redução mensal homóloga de 96%. Já no segmento convencional, com os consumos estabilizados, registou-se um ligeiro crescimento homólogo de 0,4%.

No conjunto dos dois segmentos, a variação homóloga foi negativa em 27%, tendo o aprovisionamento do sistema nacional sido “efectuado integralmente a partir do terminal de GNL [gás natural liquefeito] de Sines”.

Entre Janeiro e Maio, o consumo acumulado de gás foi “o mais baixo desde 2004”, registando uma variação homóloga negativa de 14%.

No período, o segmento de produção de energia eléctrica recuou 58%, tendo sido parcialmente compensado pelo segmento convencional, que cresceu 4,6%.