A carta de demissão de Berta Auerbach é um enigma para Rita Dantas. Aliás, todo o processo que envolveu a saída da professora da Escola Alemã de Lisboa (EAL), em 1936, é uma história cheia de pontas soltas que a responsável pela comunicação do estabelecimento de ensino e os restantes colegas que têm estado a trabalhar nas comemorações do 175.º aniversário da escola, gostariam de poder resolver. Mas há tantos buracos na documentação a que conseguiram aceder, que se torna difícil. “O objectivo inicial era homenageá-la a ela, porque é dos poucos nomes [judeus] que temos e, ao fazê-lo, homenagear um bocadinho o destino de todas estas pessoas a quem a escola terá feito muito mal, tanto nas coisas grandes como pequeninas, aquelas coisas da discriminação no dia-a-dia. Esse era o grande objectivo. Mas há muita coisa que não conseguimos saber. Para mim é óbvio que foi posta fora da escola por ser judia, e é isso que contam testemunhas da altura, que já não existem, mas não temos papéis que confirmem isto. E não sabemos o que foi feito da senhora”, diz.
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