Congresso Eucarístico propõe igrejas com horários ao “ritmo de hoje” e abertura ao digital

“Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal”, conforme aprovado no 5.º congresso eucarístico, em Braga.

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Os horários das igrejas devem ser "adequados ao mundo de hoje" Paulo Pimenta (arquivo)
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O V Congresso Eucarístico Nacional, concluído este domingo em Braga, propôs adequar os horários das igrejas ao "ritmo do mundo de hoje" e "a espiritualidade cristã aos ambientes digitais", entre outras ideias, segundo a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

"Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária", refere o documento da CEP, que integra as conclusões do congresso.

Do encontro de três dias resultou ainda a ideia de que é preciso "procurar o equilíbrio entre a tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia", criando medidas de integração dos jovens "nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã aos ambientes digitais e ao mundo secularizado".

Referindo que a "eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém", a CEP defende que a eucaristia tem de ser expressa além das portas da igreja, "através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas".

O 5.º Congresso Eucarístico Nacional prolongou-se pelos últimos três dias, em Braga, por ocasião dos 100 anos da sua primeira edição, e reuniu cerca de 1400 participantes, entre os quais quatro cardeais e 30 bispos, estando representadas todas as dioceses portuguesas, refere o documento de conclusão do congresso.

Na homilia de encerramento, onde esteve na qualidade de enviado especial do Papa Francisco, D. José Tolentino de Mendonça destacou que a igreja em Portugal é "chamada a ser uma Igreja Eucarística", ou seja, que "não se coloca a si mesma como prioridade" e "que valoriza a participação de todos os baptizados, que reconhece o papel do ministério ordenado, que cuida dos seus pastores e os acarinha" e que "lê com profecia o lugar da mulher na Igreja".

"A Igreja Eucarística é uma igreja de "portas abertas", que se apresenta mais como experiência de serviço amoroso à vida, em vez da rigidez dos juízos que excluem", salientou o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, no discurso a que a agência Lusa teve acesso.