Cantautores de rua de Lisboa em dez concertos, num documentário e em disco

O projecto Cantautores - Músicas e Músicos de Rua começa este domingo na Fábrica Braço de Prata, com o primeiro de dez concertos. No horizonte, um documentário e um disco.

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Duda Laurent na Musicaï Nomade DR
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Quem conhece o projecto Playing for Change terá uma ideia das capacidades e do talento de muitos dos músicos de rua que, em numerosos países e ao longo de anos, dão uma nova alma às cidades que habitam. Agora, para mostrar o talento dos cantautores anónimos que actuam na cidade de Lisboa, nasceu um projecto intitulado Cantautores - Músicas e Músicos de Rua que, aprovado e apoiado pela DGArtes, se propõe registar numa série documental o repertório de dez desses cantautores, proporcionando-lhes dez concertos individuais no Centro Cultural Fábrica Braço de Prata, de 2 a 30 de Junho, com entrada livre, e, no final, a gravação de um disco em vinil, a lançar até ao fim deste ano. A série documental estará, dizem os promotores, disponível no YouTube, como forma de divulgar os seus trabalhos.

Os concertos na Fábrica Braço de Prata decorrem sempre aos domingos, ao final da tarde, o primeiro às 19h e o segundo às 20h30. A abrir, estarão dois brasileiros: Duda Laurent (este domingo, às 19h), que tem como influências a bossa nova, o jazz e o samba. Com ele, estarão Rocho, na guitarra de sete cordas, e Tom Martinez no baixo; em seguida (20h30) actuará Rodrigo Augusto Ribeiro, que junta ao seu próprio repertório interpretações de clássicos da música brasileira, transitando “entre Tom Jobim e Chico Buarque, chorinhos de Pixinguinha e Jacob do Bandolim, e obras clássicas de Sebastian Bach e Heitor Vila Lobos.”

No dia 9 de Junho, actuarão a italiana MAD-A (19h), que já tem cantado em vários projectos (La Miniera, Eva Simontacchi Vocal Ensemble, Black Box) ou emprestado a voz a DJs (Waxlife, Stay, Never Say Goodbye); e o compositor português Gabriel Pepe (20h30), um multi-instrumentista e letrista de raiz popular cujo repertório mistura folk, canções de intervenção e o tropicalismo brasileiro. Uma semana depois, a 16 de Junho, será a vez de Julio Brechó (19h), que trabalha como actor, produtor e técnico de som e iluminação, entre o Brasil, Amesterdão e Lisboa; e Vasco Ribeiro, cantautor, compositor e artista português cujas influências vão do cancioneiro tradicional português ao rock, jazz, folk e à MPB.

No dia 23 de Junho, mais dois nomes do Brasil: João Priolli (19h) que além de músico e compositor, é também produtor e realizador de vídeos; e Carolina Zingler, “guitarrista, compositora, cantora, pesquisadora de sonoridades” (20h30), já com cinco discos gravados e com um documentário que conta a história das suas viagens pelo mundo (Take my soul to fly), numa atmosfera que se alimenta de ritmos afro-brasileiros, andaluzes e bossa nova.

Por fim, o dia 30 de Junho fecha esta série de concertos também com nomes brasileiros: O primeiro é Pedro Gaia (19h), que veio de São Paulo e, a partir em Lisboa, estudou flamenco em Espanha, trazendo para a sua forma de tocar uma mescla de sons brasileiros e espanhóis. O segundo (20h30) é Gabriel Selvage, outro guitarrista, que foi distinguido com o prémio Açorianos de Música em 2018 e já percorreu países como a Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Luxemburgo, Holanda, Alemanha e China.

O projecto Cantautores - Músicas e Músicos de Rua, que disponibiliza ainda “10 bolsas de estudo para cursos de formação para iniciantes em canto popular e guitarra clássica para alunos de Marvila”, é realizado com recursos da DGArtes e conta com o apoio da Fábrica Braço de Prata, do S.O.S. Racismo, da Toca das Artes e da Junta de Freguesia de Marvila.

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