Europa: o pior dos mundos, o melhor dos mundos

A construção europeia foi de tal modo feita que o que é democrático não é eficaz nem tem poder; e o que é eficaz e tem poder não é democrático.

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Dentro de uma semana, as eleições europeias serão apenas um teste. Nada ou quase nada que seja importante se resolverá. Por arranjo, o poder político na Europa não depende das eleições europeias, depende eventualmente das eleições nacionais. A construção europeia foi de tal modo feita que o que é democrático não é eficaz nem tem poder; e o que é eficaz e tem poder não é democrático. Assim é que a eleição para o Parlamento Europeu pertence à primeira variedade. Democrático, mas praticamente inútil. A opção, feita há décadas, de eleger directamente, sem contar com os deputados nacionais já eleitos, revelou-se um desastre. Funda uma nomenclatura, que é indispensável à democracia. Estabelece plataformas de contactos, o que é essencial. Cria uma ilusão, o que é muito importante. Mas não tem real poder. Não é eficaz. Não decide as grandes questões europeias. Não traduz a diversidade de comunidades e de culturas. Vive a miragem de uma cidadania que não existe.

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