Contas finais da JMJ apresentadas esta sexta-feira por Américo Aguiar

Esta prestação de contas marca a saída do cardeal Américo Aguiar como Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, cargo em que será substituído pelo padre Alexandre Palma.

Foto
Contas da Jornada Mundial da Juventude apresentadas esta sexta-feira Nuno Ferreira Santos/Arquivo
Ouça este artigo
00:00
03:30

As contas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada em Agosto, em Lisboa, são apresentadas esta sexta-feira pelo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, cardeal Américo Aguiar, numa sessão onde é também apresentado um estudo de impacto económico” do evento.

Este estudo foi realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e aponta para o impacto que o encontro mundial de jovens com o Papa, que decorreu entre 1 e 6 de Agosto de 2023 em Portugal e que juntou cerca de 1,5 milhões de participantes, teve na economia do país.

Em Fevereiro, em entrevista à agência Lusa, Américo Aguiar admitiu estarem “garantidos” 20 milhões de euros como resultado positivo da Jornada.

Entretanto, em Março, o Tribunal de Contas (TdC) alertou os responsáveis pela JMJ para o excesso de adjudicações por ajuste directo, que representaram mais de metade dos contratos.

Segundo o relatório de auditoria às contas do evento, foram reportados ao TdC 432 contratos, incluindo as respectivas modificações, no valor global de 64.131.635,89 euros, abaixo dos 75 milhões de euros previstos inicialmente, prevalecendo o ajuste directo, com 55,05% do valor adjudicado - 34.454.650,72 euros.

"Tendo em conta que a realização da JMJ2023 em Lisboa foi anunciada pelo Vaticano em 27/01/2019, não são inteiramente razoáveis as razões invocadas naquele regime especial permissivo para o ajuste directo", observou o TdC no relatório.

Na ocasião, o cardeal Américo Aguiar considerou que o relatório do Tribunal de Contas referente aos apoios públicos à realização da JMJ Lisboa 2023 era “um sinal muito positivo do normal funcionamento das instituições nacionais".

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para receber a JMJ, com as principais cerimónias ocorreram no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Novo presidente da Fundação JMJ

A prestação de contas marca a saída de D. Américo Aguiar como presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, cargo em que será substituído pelo padre Alexandre Palma, já a partir de Julho. Em comunicado, o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, adianta que o sacerdote, de 45 anos, aceitou a nomeação "com sentido de responsabilidade" e "com grande sentido de continuar na mesma senda que tem sido trilhada até aqui".

Rui Valério agradeceu ainda a Américo Aguiar, classificando o seu trabalho como presidente da referida fundação como "prestimoso e louvável". "A JMJ Lisboa 2023 deve muito do que foi, muito do que está a ser e muito do que será" a Américo Aguiar que liderou o projecto no terreno "com grande competência, com grande abertura, com grande sentido colegial e, sobretudo, tendo em conta aquilo que eram os principais desafios e o caminho e o rumo a seguir", diz ainda, citado no comunicado.

Alexandre Palma foi ordenado padre em Julho de 2006 e é prefeito do Seminário Maior de Cristo-Rei dos Olivais desde Julho de 2012. É ainda vice-director e coordenador das Relações Internacionais e membro do Conselho Científico da Faculdade de Teologia, da Universidade Católica Portuguesa, e director e investigador do Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião (CITER) da mesma faculdade. No passado dia 12 de Maio, foi instituído Cónego do Cabido da Sé Patriarcal de Lisboa.

Sugerir correcção
Comentar