FC Porto termina protocolo com a claque Super Dragões

O acordo actualmente em vigor chega ao fim no próximo mês. Intenção passa por rever os termos de uma futura colaboração.

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FERNANDO VELUDO
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A direcção do FC Porto e da SAD "azul e branca" emitiu, nesta sexta-feira, um comunicado a dar conta de que fez cessar os protocolos que existiam com a claque Super Dragões e que haviam sido firmados em Setembro do ano passado.

"Seguindo o procedimento estabelecido entre as partes, procederam hoje à denúncia dos protocolos existentes com o grupo organizado de adeptos Associação Super Dragões, que haviam sido acordados em Setembro de 2023, e que assim cessarão os seus efeitos a 30 de Junho de 2024", pode ler-se no documento.

A intenção do elenco agora presidido por André Villas-Boas passa por rever os termos de colaboração entre as partes, mas com base em novas premissas. "Serão estabelecidos contactos com os futuros órgãos sociais da Associação Super Dragões de forma a estabelecer novos formatos de cooperação institucional", acrescenta-se.

Durante a campanha às eleições para os órgãos sociais do FC Porto, Villas-Boas já tinha sido bastante crítico em relação à actuação de alguns membros da claque - nomeadamente no seguimento dos episódios de violência que mancharam a Assembleia-Geral de Novembro passado - e também tinha denunciado o desconforto com a forma como era gerida a bilhética do clube.

De resto, o protocolo actualmente em vigor (e que, com esta tomada de posição, produzirá efeitos somente até 30 de Junho) é bastante claro a este respeito no que dispõe no artigo 6.º, quando impõe que o FC Porto tem de "conceder gratuitamente bilhetes de ingresso no Estádio do Dragão a 100% dos membros da ASD [Associação Super Dragões]". Uma claque que concentra cerca de 4000 membros.

"Temos o estádio mais cheio, em termos de taxa de ocupação, e menos dinheiro a entrar nos cofres do clube", apontou o agora presidente dos "dragões", durante a campanha, pondo em causa o modus operandi na distribuição de ingressos e prometendo ser "implacável" com quem tenha lesado o FC Porto.

Há cerca de duas semanas foram realizadas buscas numa das empresas participadas do grupo FC Porto, incluídas na Operação Bilhete Dourado, que culminou com a apreensão de mais de 4000 bilhetes e com a constituição de 13 arguidos, por suspeita de participação num esquema criminoso, "altamente rentável", relacionado com a distribuição e venda da bilhética. Um esquema que envolvia funcionários do clube e vários elementos afectos aos Super Dragões.

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