Obras na Avenida da Boavista reduzirão as condições para ciclistas

As obras para a instalação do canal de metrobus estão a mudar a Avenida da Boavista, mas quem anda de bicicleta terá piores condições.​

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Na experiência de Adalberto Teixeira, a velocidade é mesmo o principal problema. O programador informático costuma passar diariamente pela Boavista, em direcção a Matosinhos, e é um experiente utilizador de bicicleta na cidade do Porto. Com a perda de espaço na avenida, narra vários episódios de ultrapassagens rasantes (que não são novidade).

Já o percurso de Sandra Alves passou a sofrer um desvio pela Rua de Sidónio Pais. “Conduzo uma bicicleta de carga para transportar os meus dois filhos. Agora, os carros vão muito mais juntos e eu fico sem espaço para passar”, descreve a funcionária administrativa de 50 anos. Apesar dos vários problemas de desenho, a avenida tinha uma ciclovia entre a Casa da Música e o Estádio do Bessa, que desapareceu com a instalação do canal de metrobus, cuja primeira fase das obras deverá ficar concluída até este Verão.

Nas partes já asfaltadas da Boavista, nalguns pontos das secções que já reabriram ao trânsito depois da intervenção, começa a verificar-se um cenário idêntico ao que Gaia tinha até hoje: via ocupada por carros estacionados em segunda fila e por veículos de cargas e descargas. 

Sobre possíveis medidas de protecção dos utilizadores mais vulneráveis da estrada, a autarquia presidida por Rui Moreira responde apenas que vai “avaliar a possibilidade” de, nas intercepções da Boavista, pintar um rectângulo no chão a sinalizar que as bicicletas podem esperar à frente dos carros. São as designadas “bikeboxes”.