Coreia do Norte acusada de lançar balões com excrementos para a Coreia do Sul

Ofensiva invulgar visará testar as defesas sul-coreanas e responder, simultaneamente, ao lançamento de balões com mensagens de oposição ao regime norte-coreano lançados a partir do Sul.

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Os sacos plásticos amarrados aos balões continham excrementos e lixo variado YONHAP NEWS AGENCY / VIA REUTERS
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Equipas especiais do Exército sul-coreano foram mobilizadas para inspeccionar e recolher os objectos ROK JCS / HANDOUT / EPA
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A Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte, nesta quarta-feira, de lançar mais de 260 balões com sacos plásticos cheios de excrementos e de lixo, sobre a fronteira entre os dois países, noticia a agência Reuters.

"Estes actos da Coreia do Norte violam claramente o direito internacional e ameaçam a segurança do nosso povo. Advertimos de forma severa a Coreia do Norte para parar imediatamente com este acto desumano e vulgar”, disse o Estado-Maior General da Coreia do Sul, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Fotografias divulgadas pelo Exército sul-coreano mostram balões volumosos com sacos plásticos amarrados, assim como lixo espalhado no chão, ao redor de balões caídos, com a palavra "excremento" escrita nos sacos, cita a Reuters. Os sacos plásticos parecem conter excrementos e lixo diverso, incluindo garrafas, baterias usadas, panfletos, fertilizantes e outros resíduos.

A unidade de explosivos do Exército sul-coreano e a unidade de resposta à guerra química e biológica foram mobilizadas para inspeccionar e recolher os objectos. O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul pediu aos cidadãos que moram perto da fronteira com a Coreia do Norte para estarem em alerta e, caso vejam novos balões, que reportem imediatamente os avistamentos à polícia ou às Forças Armadas.

Mais que um verdadeiro ataque, a invulgar operação norte-coreana será sobretudo um teste. “Ao lançar lixo através de balões, [a Coreia do Norte] parece querer testar a reacção do povo e do Governo sul-coreano, verificar se ficaríamos perturbados e como reagiria o país face à guerra psicológica e a ameaças complexas de pequena escala”, disse um oficial do Governo da Coreia do Sul, citado pela Reuters.

Esta é a maior quantidade de balões lançados pela Coreia do Norte sobre o país vizinho, por comparação com incidentes similares que ocorreram entre 2016 e 2018. No domingo, cita o The Guardian, o vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kim Kang-il, tinha advertido em comunicado que o regime ia lançar “papel e sujidade” sobre áreas fronteiriças, em retaliação ao envio de balões com panfletos contra o regime de Kim Yong-un por parte de activistas da Coreia do Sul ao longo dos anos.

Em 2021, o Presidente sul-coreano Moon Jae In criminalizou o envio de panfletos para a Coreia do Norte após enfrentar tensões com o país vizinho, recorda o The Guardian. No entanto, em 2023, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul chumbou esta lei, considerando-a uma restrição excessiva à liberdade de expressão.

Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, ironizou, num comunicado citado pela Reuters, que os balões lançados eram “prendas sinceras” para os sul-coreanos que “pedem liberdade de expressão”.

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