Governo tem “plano B” para o caso de algo correr mal com cadernos desmaterializados
No caso de haver uma falha a nível de equipamento, os computadores a mais permitirão a sua substituição imediata. Também vai haver uma linha de apoio telefónico às mesas de voto, caso a solução falhe.
A ministra da Administração Interna assegurou hoje que "há um plano B para o caso de algo correr mal" com a desmaterialização dos cadernos eleitorais que permitirá aos eleitores votar em qualquer mesa à sua escolha nas europeias.
Em declarações na Assembleia da República no âmbito de uma audição, a pedido da Iniciativa Liberal, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Margarida Blasco afirmou que a organização deste processo eleitoral está preparada "para todos os cenários".
"Os técnicos e todos aqueles que estão a trabalhar nesta eleição estão preparados e têm planos B para o caso de algo correr mal (...) há um plano B que pode entrar de imediato em vigor e, portanto, as pessoas podem votar", assegurou Margarida Blasco.
A ministra esclareceu que, no caso de haver uma falha a nível de equipamento, os 20% de computadores adquiridos a mais permitirão a sua substituição imediata, havendo por outro lado uma linha de apoio telefónico às mesas de voto, no caso de a primeira solução falhar.
Este apoio telefónico, detalhou a ministra, será feito em contacto com o data center no Tagus Park, em Oeiras, "onde está a Secretaria-geral do MAI relativamente a este evento".
Em resposta a questões levantadas pelos deputados Pedro Delgado Alves, do PS, e Mariana Leitão, da IL, a responsável pela pasta da Administração Interna mostrou-se confiante no processo de desmaterialização dos cadernos eleitorais, sublinhando que têm sido feitos testes de stress ao sistema com resultados positivos.
A ministra sublinhou que os testes feitos já chegaram a um pico máximo de 10 milhões de pessoas em simultâneo e que foi atingida 25% da capacidade do sistema. "Eu penso que é um bom resultado", disse.
Margarida Blasco disse que "tudo o que tecnicamente era possível fazer, foi feito" e que, até ao dia 9, vai haver uma reunião da task force técnica para informar a Administração Interna de "como estão a correr os trabalhos".
Perante uma preocupação levantada relativamente à possibilidade de um eleitor vir a votar duas vezes, Blasco garantiu que a partir do momento em que alguém vota "fica completamente bloqueado", não havendo "possibilidade mínima de votar duas vezes".
Os eleitores portugueses vão poder votar no dia das eleições para o Parlamento Europeu, 9 de Junho, em qualquer parte do país, ou também na véspera, se estiverem no estrangeiro, sendo o chamado voto em mobilidade a grande novidade deste ato eleitoral, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A 15 de Maio, o MAI garantia a existência técnicos de informática suficientes para assegurar o voto em mobilidade nas eleições europeias, apesar de, à data, ainda faltarem 218 para apoiarem 23 municípios.