Um português, um grego e um italiano entram numa final

Na Liga Conferência, Artur Soares Dias vai tornar-se, antes de ir ao Euro 2024, o quarto árbitro português numa final europeia. No futebol jogado, Olympiakos e Fiorentina tentam chegar à Liga Europa.

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Olympiakos e Fiorentina vão jogar a final em Atenas Georgia Panagopoulou / EPA
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Um português vai encarar nesta terça-feira cidadãos de outras nacionalidades e, como numa boa anedota, vai ser ele a comandar os acontecimentos. Em Atenas, joga-se a final da Liga Conferência e teremos um duelo entre Olympiakos e Fiorentina sob a condução de Artur Soares Dias, árbitro português.

Esta é a quarta presença de um juiz nacional em finais de provas europeias, depois de António Garrido na Taça dos Campeões Europeus de 1980, Vítor Pereira na Supertaça europeia de 2001 e Pedro Proença na Liga dos Campeões de 2012.

É certo que a Liga Conferência não tem o estatuto e o prestígio das finais de Garrido e Proença, mas traz, ainda assim um bom prenúncio para o Euro 2024, já que essa será, em teoria, a última grande competição em que estará Soares Dias, já com 44 anos.

A escolha do árbitro portuense significa que é um dos três a dirigir finais europeias neste ano – os outros são Slavko Vinčić e Istvan Kovacs – e isso já é, por si só, prova de que a UEFA pode estar motivada a dar-lhe destaque na prova que arranca a 14 de Junho, na Alemanha.

“Trabalhei durante 28 anos para chegar a uma final importante como esta – para o árbitro é o mesmo que para o jogador: uma final é uma final e todos queremos estar lá”, apontou ao site da UEFA. “Foi um telefonema inacreditável de receber, porque trabalhámos muito para chegar a este nível. A minha reacção foi uma mistura de nervosismo, responsabilidade, honra e sentimento de realização de um sonho”, acrescentou o árbitro que será acompanhado pelos assistentes Paulo Soares e Pedro Ribeiro e o VAR Tiago Martins.

Lugar na Liga Europa

Mas mais do que de arbitragem espera-se que se fale de futebol. Aí, há matéria-prima individual para um bom espectáculo, mas um contexto que poderá inibi-lo. Vamos por partes.

É certo que Olympiakos e Fiorentina têm jogadores de alto nível, sobretudo no ataque, mas há detalhes que podem esfriar o entusiasmo de quem espere um grande jogo em Atenas, certamente perante muitos adeptos gregos dentro e fora do estádio.

As finais já são, por si só, jogos que muitas vezes se tornam monótonos, quando o medo de perder se sobrepõe à vontade de ganhar. Mas neste caso há uma variável extra nesta equação, que é o facto de estar em jogo um lugar na Liga Europa.

A Fiorentina, com o oitavo lugar na Liga italiana, só tem garantida a presença no play-off de acesso à Liga Conferência. O Olympiakos, em terceiro na Liga grega, também só poderá ter acesso a essa prova, por via da segunda pré-eliminatória.

Nessa medida, o vencedor desta final vai ter lugar garantido na fase de grupos da Liga Europa, algo que seria um salto tremendo – passar de uma eventual Liga Conferência para uma Liga Europa garantida não é algo desdenhável.

Artur Soares Dias vai receber medalha de participação na final, mas há portugueses que podem lutar por algo mais do que isso. Caso o Olympiakos ganhe, a medalha de finalista será trocada pela de vencedor os portugueses David Carmo, Rúben Vezo, André Horta, João Carvalho, Chiquinho, Gelson Martins e Daniel Podence.

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