Activista alemão em greve de fome há 84 dias, até Scholz declarar emergência climática

Wolfgang Metzeler-Kick está em greve de fome no centro de Berlim, e afirma que só terminará o protesto quando o chefe de Governo alemão declarar “emergência climática”.

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O chanceler alemão, Olaf Scholz Reuters/Nadja Wohlleben
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Um activista e engenheiro ambiental alemão de 49 anos, Wolfgang Metzeler-Kick, está em greve de fome pela crise climática há 84 dias e, agora, em risco de vida. “Wolli”, como é conhecido, está acompanhado por outros três activistas a cumprir a mesma forma de protesto, sob o lema “Em greve de fome até que sejam honestos”, acampados no Invalidenpark, em Berlim.

Exigem ao Governo alemão, nomeadamente ao chanceler Olaf Scholz, uma declaração a reconhecer que a “continuação da vida humana está em perigo extremo devido à catástrofe climática”, que os níveis de dióxido de carbono na atmosfera são já demasiado elevados e que, “embora com anos de atraso, é preciso mudar radicalmente o modo como agimos”.

“Para combater a ameaça que a catástrofe climática representa, para a população na Alemanha e em todo o mundo, é preciso ter a coragem de encarar os dados científicos e de explicar de forma honesta as suas consequências”, lê-se na carta enviada ao chanceler alemão.

Segundo Susanne Koch, uma das médicas que tem estado a acompanhar os manifestantes, o estado de saúde de Wolli é neste momento “altamente crítico”. “Uma nova descida do valor da glicose no sangue pode ter consequências dramáticas, como convulsões e coma”, cita o grupo activista Scientist Rebellion, que junta investigadores da área ambiental e de que Wolfgang Metzeler-Kick faz parte.

Susanne Koch sublinha ainda o deteriorar da condição física de Richard Cluse, também engenheiro ambiental, de 57 anos, em greve de fome há mais de dois meses.

A eles juntaram-se ainda Titus Feldmann, a completar duas semanas em greve, e Adrian Lack, sem comer e em silêncio há 22 dias. Os quatro afirmam estar decididos a manter o protesto até que Olaf Scholz se pronuncie sobre “os factos científicos da catástrofe climática”. Wolli diz estar disposto a morrer até que as reivindicações sejam atendidas.

Em solidariedade com os quatro investigadores e activistas e para demonstrar o seu apoio, já dezenas de pessoas, acompanhadas pela Scientist Rebellion, cumpriram alguns dias de greve de fome.

O grupo Parents for Future endereçou também uma carta aberta ao Presidente Frank-Walter Steinmeier para que inste Olaf Scholz a responder aos activistas. Desde que os protestos começaram, há três meses, o chanceler alemão ainda não contactou os manifestantes.