Papa pede desculpas por ter utilizado termo ofensivo para pessoas LGBT

O termo foi utilizado pelo Papa Francisco enquanto demonstrava a oposição a seminaristas homossexuais numa reunião à porta fechada com a Conferência Episcopal Italiana, que reuniu bispos do país.

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O Papa Francisco tem defendido a rejeição do sacerdócio a pessoas homossexuais, em linha com a doutrina da Igreja Guglielmo Mangiapane / REUTERS
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O Papa Francisco pediu desculpas por ter utilizado um termo ofensivo para se referir a pessoas LGBT numa reunião fechada com bispos italianos em que pediu para que não aceitem seminaristas gay ​no sacerdócio, segundo a imprensa italiana.

O Papa nunca teve a intenção de ofender ou de se exprimir em termos homofóbicos e pede desculpa a todos os que se sentiram ofendidos pela utilização de um termo referido por outros, afirmou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, num comunicado enviado por correio electrónico e citado pela Reuters. O porta-voz acrescentou que o Sumo Pontífice permanece empenhado em garantir uma Igreja aberta em que “ninguém é inútil, ninguém é supérfluo" e onde há lugar para todos”.

Segundo o jornal italiano Corriere de la Sera, o termo que foi utilizado foi “frocciaggine”, palavra italiana utilizada de forma extremamente ofensiva para se referir a pessoas LGBT e surgiu numa reunião à porta fechada com a Conferência Episcopal Italiana, que reuniu bispos do país.

A informação foi revelada ao jornal por alguns bispos cuja identidade não foi revelada. Ao jornal, contaram que a utilização da palavra foi recebida com “gargalhadas” por ter sido considerado que veio de uma falta de domínio da língua italiana por parte do Sumo Pontífice.

Segundo a Reuters, em 2018, o Papa terá feito um pedido aos bispos italianos semelhante ao realizado nesta reunião da conferência episcopal. No último documento sobre a matéria, publicado pela Igreja Católica pelo predecessor do Papa Francisco, Bento XVI, em 2005, lê-se que a Igreja deve rejeitar qualquer candidato que “pratica a homossexualidade ou apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas”.

As posições do Papa face à comunidade LGBT têm tido algumas variações. Por um lado, o Papa tem sido o que mais avanços tem realizado face à aceitação de pessoas homossexuais na Igreja Católica. Logo no início do seu papado, como foi mencionado pelo porta-voz, o Sumo Pontífice afirmou: Se uma pessoa que procura Deus de boa vontade, e é gay, quem sou eu para a julgar?

Em 2023, Francisco publicou um documento doutrinal que permitia a bênção de casais homossexuais, embora tenha rejeitado a possibilidade de essa bênção se aproximar do matrimónio. No mesmo ano, o Papa afirmou, numa entrevista realizada à agência Associated Press, que as leis que criminalizam pessoas homossexuais são injustas e que “ser homossexual não é um crime”, embora tenha admitido que era “pecado”, pelo facto de todas as relações sexuais fora do matrimónio serem consideradas um pecado.

Actualizado às 15:17 com informações sobre o pedido de desculpas

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