Ângelo Pereira, vereador de Moedas, constituído arguido no processo Tutti-Frutti
Ângelo Pereira é também presidente da distrital de Lisboa do PSD.
Ângelo Pereira, vereador da Câmara Municipal de Lisboa (CML), que é presidida por Carlos Moedas (Novos Tempos), foi constituído arguido no caso Tutti-Frutti, noticiou, nesta terça-feira, a CNN Portugal e confirmou à agência Lusa uma fonte ligada ao processo. Ângelo Pereira é também presidente da distrital de Lisboa do PSD.
Na notícia publicada pela CNN Portugal, refere-se que Ângelo Pereira esteve, nesta manhã, a consultar os autos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
O PÚBLICO contactou a CML para ter esclarecimentos sobre este caso, mas, até ao momento, não foi possível obter uma resposta da autarquia. Também contactada pelo PÚBLICO, a Procuradoria-Geral da República (PGR) assinalou que “a investigação, dirigida pelo DIAP de Lisboa, prossegue com a realização de diligências para obtenção de prova, nomeadamente a análise de documentação, bem como a inquirição de testemunhas e constituição e interrogatório de arguidos”. “A investigação encontra-se sujeita a segredo de justiça externo, não sendo possível, neste momento, prestar informação mais circunstanciada”, refere-se na resposta.
Na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira tem os pelouros do Desporto, Segurança e Polícia Municipal, Protecção Civil e Socorro, Estrutura Verde e Plano Verde ou Higiene Urbana. Anteriormente esteve vários anos ligado à Câmara Municipal de Oeiras. Nessa autarquia, foi vereador entre 2013 e 2017 e depois entre 2018 e 2020. Também passou pela Câmara Municipal de Sintra, entre 2009 e 2013, como adjunto do vice-presidente.
Iniciada em 2018, a operação Tutti-Frutti tem investigado alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos. No processo estão em causa suspeitas de corrupção passiva ou tráfico de influência. Há cerca de um ano, a propósito do processo, a TVI emitiu uma reportagem sobre uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, com o objectivo de garantir a atribuição de certas freguesias lisboetas aos sociais-democratas. No caso eram citados nomes como o de Fernando Medina (PS), Duarte Cordeiro (PS) e Sérgio Azevedo (PSD).
No ano passado, a PGR anunciou a designação de “uma equipa integrada” e “em regime de exclusividade”, composta por cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspectores da Polícia Judiciária, para concluir a investigação, indica a Lusa.
Nos últimos meses, de acordo com a CNN Portugal, foram constituídos mais de 20 arguidos neste processo.
Ainda neste mês, num outro processo, o então vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, Diogo Moura, foi acusado pelo Ministério Público do crime de fraude em eleições internas do CDS-PP e suspendeu o mandato, a pedido de Carlos Moedas.