Palmilhar Portugal quer ser o “maior percurso pedestre circular do mundo”: 3000km para dar a volta ao país

O projecto prevê uma mega rota, num traçado que liga a linha de fronteira e o litoral. Primeiro troço será inaugurado em Alenquer, em Julho, seguindo-se Alentejo, região Centro e Trás-os-Montes.

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Portugal por dentro, pela fronteira, pela costa. Palmilhar Portugal quer chegar a (quase) todo o lado Nelson Garrido
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"Vamos Palmilhar Portugal?". O convite não é inédito mas, dentro de alguns anos, poderá assumir uma dimensão nunca vista. Isto porque já está em andamento o projecto Palmilhar Portugal, que prevê mais de 3000km de caminhada pelo país. A meta é balizar o “maior percurso pedestre circular do mundo”, devendo atravessar "90 a 100 concelhos", segundo o mentor da iniciativa, Ricardo Bernardes.

Em desenvolvimento em Alcobaça, o Palmilhar Portugal quer interligar o litoral e a linha de fronteira de norte e sul, "criando um trilho de 360 graus", como diz Bernardes à agência Lusa: "Uma característica ímpar a nível mundial".

Mas, como se refere na apresentação do projecto no site oficial, a ideia é ainda mais abrangente. "A nossa proposta não só é construir o Maior Percurso Pedestre Circular do Mundo. Queremos ir mais longe. Organizaremos constantemente, ao longo do percurso pedonal, uma série de actividades que dinamizarão os concelhos envolvidos", detalha-se: "Comprometemo-nos a atenuar a sazonalidade turística e a promovemos a coesão territorial, com impacto directo e extremamente positivo nas economias de cada região".

O primeiro percurso já está a ser criado no concelho de Alenquer e tem inauguração prevista para o final do mês de Julho, adianta a agência. Segundo Bernardes, dará "destaque às paisagens ligadas aos moinhos e aos vinhedos".

Seguem-se nos próximos meses, adianta, "quatro percursos no Alentejo, três na região Centro e dois em Trás-os-Montes". Até final do ano, diz Bernardes, deverá já haver "15 percursos em todo o país".

Os traçados serão "sempre por terrenos públicos, exclusivamente pedestres e sem alcatrão", garante, devendo incluir "alguns trilhos acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida".

São os primeiros passos de uma iniciativa que, para chegar ao seu objectivo, precisará da adesão, pelo menos, de cerca de um terço dos concelhos do país. Em desenvolvimento há dois anos, Palmilhar Portugal, que se estreou publicamente na Bolsa de Turismo de Lisboa no ano passado, tem estado a ser apresentado "a diversos municípios que serão parceiros do projecto, colaborando na delimitação e marcação dos percursos nos seus concelhos", diz o promotor, natural de Alcobaça.

Além das essenciais autarquias, são também chamadas para o projecto "entidades culturais, desportivas e actividades económicas como a hotelaria e restauração" para criar experiências em cada região, aliando-se a estas ao calendário de actividades "ligados com caminhadas, trail e BTT" e propostas locais de "experiências gastronómicas, visitas a museus ou outras atracções de cada uma das zonas".

Estará disponível uma app, também em desenvolvimento, que acompanhará em tempo real todo o trilho e, além da informação e personalização, terá "um passaporte digital" do utilizador, registando-se aqui os percursos feitos, assim como um "passaporte físico", para quem não dispensa a tradição de ter o carimbo de cada percurso no papel.

No total, adianta Ricardo Bernardes, o projecto está estimado em 3,5 milhões de euros, tendo sido já reconhecido pelo Turismo Centro de Portugal, como se adianta na apresentação online, como "promotor da coesão territorial, atenuador da sazonalidade turística e com claro foco na experiência do turista".

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