Roland Garros: Novak Djokovic está em Paris para ganhar
Dia de chuva na capital francesa foi de má memória para Nuno Borges, afastado da prova por Tomas Machac.
Novak Djokovic iniciou a defesa do título em Roland Garros e a manutenção da liderança do ranking mundial, com uma vitória tranquila. O sérvio de 37 anos, que, no ano passado, se tornou no mais velho campeão do torneio francês do Grand Slam, regressou ao court Philippe-Chatrier para confirmar que tem argumentos para revalidar o título, apesar de ter chegado a Paris sem qualquer torneio ganho este ano e somente com seis vitórias nos derradeiros nove encontros realizados em terra batida.
“Este court é especial para mim. Conquistar a taça aqui é o maior desafio que tenho na minha carreira, é sempre uma enorme montanha a escalar”, afirmou Djokovic, depois de vencer, por 6-4, 7-6 (7/3) e 6-4, o francês Pierre-Hugues Herbert (142.º), que já detém dois títulos em Roland Garros, em pares.
Antes, Casper Ruud, duplo finalista em Roland Garros, dominou o brasileiro Felipe Meligeni Alves, por 6-3, 6-4 e 6-3, e somou a 36.ª vitória em 2024. Para a segunda ronda avançaram também Alex de Minaur (11.º) e Holger Rune (13.º).
Eliminado ficou Nuno Borges (47.º) após ceder, por 7-6 (7/3), 6-4 e 6-3, diante do checo Tomas Machac, que subiu ao 34.º lugar do ranking depois de ter sido finalista em Genebra, no sábado. O tenista maiato teve dificuldades em adaptar-se às mais de cinco horas de espera até a chuva permitir que se jogasse nos courts exteriores e às condições de jogo, lentas e pouco adequadas ao seu estilo agressivo.
“Foi duríssimo, acordei muito cedo, tinha jogo às 11 horas, adiavam de 30 em 30 minutos, não dava para comer, para descansar e temos que estar sempre em alerta. É verdade que foi igual para os dois, mas completamente desnecessário porque o torneio não estava atrasado. A última coisa que queria era jogar em terra batida à chuva, ainda para mais em Roland Garros, um torneio tão importante para mim. Vim na segunda-feira da semana passada para me preparar da melhor maneira e nunca treinei nestas condições porque eles tapam logo os campos”, lamentou-se o número um português.
Borges chegou a ter um break de vantagem em cada um dos dois primeiros sets, mas nunca se sentiu confortável no court 8. “Tive hipóteses para fazer a diferença, mas não estive bem nesses momentos e as condições estavam muito difíceis para mim, a minha bola não anda igual, eu ainda não tenho aquele ‘caparro’ para gerar força como muitos jogadores que podem jogar só com o serviço e eu gostava que tivesse sido um bocadinho diferente. No terceiro set, levei o break logo no início e pesou-me muito’”, explicou o tenista português, que espera encontrar melhor tempo quando regressar a Roland Garros para o torneio olímpico.
Borges vai continuar em competição nos pares, ao lado do francês Arthur Rinderknech. Nessa variante está igualmente Francisco Cabral, que fará equipa como o colombiano Nicolas Barrientos.
Na prova feminina, Aryna Sabalenka (2.ª) e Elena Rybakina (4.ª) venceram sem se esforçarem, mas a protagonista do dia foi Alizé Cornet. Ao perder (6-2, 6-1) com a chinesa Qinwen Zheng (8.ª), a tenista francesa de 34 anos e ex-11.ª do ranking, colocou fim a uma longa carreira, que deixa com um recorde do ténis feminino: 69 presenças consecutivas em torneios do Grand Slam (de um total de 72) – das quais 20 em Roland Garros.