Pessoas Como Nós, no palco “como um filme”, a valorizar a vida humana

Nasceu no Ribatejo e mobiliza uma equipa de 70 pessoas: Pessoas Como Nós mistura canto, dança e vídeo para alertar consciências. Havia uma sessão em Alverca, mas foi adiada.

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Pessoas Como Nós em palco DR
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Foi um professor que teve a ideia e não demorou muito a tentar pô-la em prática. Ricardo Silva, que ensina música, canto e técnica vocal, pensou em realizar um espectáculo que funcionasse como uma espécie de viagem pela História que levasse o público a reflectir acerca da condição humana. O resultado, já com duas apresentações na zona ribatejana onde nasceu, chama-se Pessoas Como Nós, estreou-se em Samora Correia em 17 de Junho de 2023, teve uma segunda apresentação em Coruche em Janeiro deste ano (no Pavilhão Multiusos) e tinha uma nova sessão marcada para esta quinta-feira em Alverca, na Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, mas esta teve de ser adiada por razões de ordem técnica, de última hora, relacionadas com as condições da sala e alheias aos promotores do espectáculo. Oportunamente, será anunciada nova data.

Os primeiros passos foram dados em 2019, como explica ao PÚBLICO Ricardo Silva. “Com todo o conhecimento de músicos e alunos, houve aqui uma junção de muita gente”, recorda. “Começámos a juntar pessoas para ensaiar e fizemos um ensaio aberto ao público que era ainda embrionário, porque estávamos no começo, com umas 20 pessoas envolvidas. Mas quando quisemos avançar, ficámos impossibilitados, devido à pandemia.” O que atrasou os trabalhos, mas não anulou o projecto. Em 2023, recuperado o atraso, estrearam-se com uma equipa que já reunia 70 pessoas, “entre crianças e adultos, equipa técnica e bailarinos”.

E a estreia correu muito bem, diz Ricardo Silva. “O saldo foi muito positivo. Acabamos por integrar três áreas artísticas, canto, dança e vídeo. Não lhe chamo teatro musical, mas arte musical, é como se fosse um filme no palco. E não tem propriamente uma história, mas uma mensagem, queremos deixar o público a reflectir. Acaba por ser um exercício de empatia com o outro. Curiosamente, no primeiro ensaio, pensávamos que estávamos só a retratar a história, dos livros, as guerras mundiais, mas depois veio a pandemia e a guerra na Ucrânia. Por isso, neste espectáculo falamos da escravatura, do Holocausto, do 25 de Abril, do 11 de Setembro, das várias guerras que foram acontecendo. A ideia é fazer uma viagem no tempo que faça as pessoas reflectirem, até pelo facto de percebermos que a História se vai repetindo.”

Dois momentos do espectáculo DR
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Dois momentos do espectáculo DR

O espectáculo Pessoas Como Nós procura também, ao suscitar tal reflexão, que as pessoas entendam melhor o seu papel no curso da História. “Tudo depende muito de nós, do que fizermos na nossa relação com o outro”, diz Ricardo Silva. “Como a História somos nós que a escrevemos, também queremos mostrar que tudo poderia ter sido diferente se tivessem sido outros os comportamentos. Nesse sentido, o nosso foco são as pessoas, é o ser humano, a valorização da vida humana.” A reacção do público tem sido compensadora: “É um espectáculo tocante, emocionante, que deixa as pessoas sensibilizadas”, afirma. “E achamos que o objectivo de deixar as pessoas a reflectir acerca da valorização humana foi, sem dúvida, atingido.”

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