Boticas prevê começar mineração de lítio em 2026

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a Savannah Resources anunciou que concluiu uma fase de sondagens na área da mina do Barroso, onde planeia começar a extrair lítio em 2026.

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O projecto de exploração de lítio na mina do Barroso encontra resistência da população e levanta questões a associações ambientalistas Paulo Pimenta
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Praticamente um ano depois da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada atribuída à polémica mina de lítio do Barroso, no concelho de Boticas, distrito de Vila Real, a empresa Savannah Resources fez um ponto da situação do projecto, adiantando que espera "estar já em produção no final de 2026".

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Savannah anunciou que concluiu uma fase de sondagens e que vai desmobilizar as máquinas no terreno e analisar em laboratório os dados recolhidos na área da mina do Barroso.

"A primeira parte do projecto chegou ao fim no mês de Maio, dando cumprimento ao plano aprovado pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e seguindo o actual cronograma de actividades, tendo esta fase de sondagens sido concluída com sucesso", afirma a empresa, no comunicado. Como resultado, acrescenta, foram obtidos uma variedade de dados que vão ser processados durante as próximas semanas nos laboratórios de geologia, mineralogia e modelação avançada.

A Savannah explica ainda que irá aproveitar este período para proceder à limpeza e reabilitação das plataformas onde tem trabalhado desde Outubro. "Tal inclui a desmobilização da máquina que está num dos 100 terrenos já adquiridos pela empresa, mas que é alvo de contestação por parte do grupo que se opõe ao projecto", adianta a empresa.

Resistência da população

A 31 de Maio de 2023, a APA emitiu uma DIA favorável condicionada, viabilizando ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso mas impondo um conjunto alargado de condicionantes. O projecto, contudo, tem sido amplamente contestado, tanto pela população local como por associações ambientalistas, devido ao impacto ecológico que poderá ter na região, que é considerada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como Património Mundial da Agricultura.

Em Covas do Barroso, durante quase seis meses, grupos locais organizaram-se em piquetes para impedir o avanço das máquinas da empresa para terrenos baldios que dizem terem sido "usurpados", uma acusação contestada pela Savannah e que está em tribunal.

A empresa anuncia que a próxima fase de actividades no terreno está prevista para o início deste Verão. Em paralelo, a equipa irá continuar a efectuar trabalhos de hidrogeologia e de monitorização ambiental.

De acordo com a Savannah, o projecto de lítio do Barroso prevê a criação de 300 empregos directos e perto de dois mil empregos indirectos na região.

A Savannah Resources, que conta actualmente com cerca de duas dezenas de colaboradores da região, é uma empresa de desenvolvimento de recursos minerais e a única proprietária do projecto de lítio do Barroso, no norte de Portugal.

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