Nauseda conquista vitória expressiva nas presidenciais da Lituânia

Gitanas Nauseda consegue segundo mandato, prometendo continuar a aumentar o investimento na defesa da Lituânia.

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Gitanas Nauseda venceu este domingo a segunda volta das presidenciais na Lituânia Ints Kalnins
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Gitanas Nauseda já declarou vitória nas eleições presidenciais deste domingo, 26 de Maio, na Lituânia, após uma campanha dominada pelo tema da segurança no país, membro da União Europeia, da NATO e vizinho da Rússia.

O Estado báltico com 2,8 milhões de habitantes tem sido um firme aliado da Ucrânia desde a invasão russa, em Fevereiro de 2022. Tal como outros países da região, teme poder vir a ser o próximo alvo de Moscovo.

Com quase 90% das secções de voto contadas, Nauseda, de 60 anos, prepara-se para o seu segundo mandato com o apoio de cerca de três quartos dos eleitores, seguido pela primeira-ministra, Ingrida Simonyte, do partido de centro-direita União da Pátria, actualmente no poder.

Se os resultados finais se confirmarem, o apoio à reeleição de Gitanas Nauseda será o mais expressivo no país desde a dissolução da União Soviética, em 1991.

Nauseda, antigo economista do banco sueco SEB e sem filiação partidária, venceu a primeira volta das eleições a 12 de Maio com 44% dos votos, menos do que os 50% necessários para dispensar uma segunda ida às urnas.

De acordo com uma sondagem ELTA/Baltijos Tyrimai, realizada entre Fevereiro e Março, pouco mais de metade da população lituana acredita que um ataque russo é possível ou mesmo muito provável. A Rússia tem rejeitado repetidamente as alegações sobre um eventual ataque a um membro da NATO.

Em Vílnius, Nauseda garantiu aos seus apoiantes que manterá o reforço da capacidade de defesa do país. “A independência e a liberdade da Lituânia são como uma embarcação frágil, temos de a preservar para evitar rupturas”, afirmou.

Tanto Nauseda como Simonyte defendem o aumento do investimento na defesa para, pelo menos, 3% do PIB, em vez dos 2,75% previstos para este ano.

Mas o Presidente conservador opõe-se a Simonyte noutras questões, como o reconhecimento legal das uniões de facto entre casais homossexuais, que Nauseda rejeita.

Segundo o chefe de Estado, tais uniões tornar-se-iam demasiado parecidas com o casamento, cuja celebração apenas é permitida pela Constituição lituana entre um homem e uma mulher.

Simonyte, antiga ministra das Finanças, assegurou na última quinta-feira que, caso fosse eleita, “o rumo do país — europeísta, pró-ocidental — não mudaria”. “Mas gostava que houvesse um progresso mais rápido, maior abertura e compreensão, mais tolerância para com as pessoas que são diferentes de nós”, afirmou.

Na Lituânia, uma república parlamentar, o Presidente tem um papel semiexecutivo, que inclui a liderança das Forças Armadas, a chefia da política externa, de segurança e defesa do país, assim como a representação institucional nas cimeiras da União Europeia e da NATO. Pode ainda vetar leis e tem influência na nomeação de funcionários do Estado como os juízes, o procurador-geral ou o director do banco central.