Três dos cinco maiores bancos aceitam aumentos salariais de 3% em 2024

Pressão sobre o BCP, que não integra grupo negociador coordenado pela APB, aumenta. Banco liderado por Miguel Maya oferece 2%.

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Manifestação organizada pelo SNQTB em frente às instalações do BCP onde se realizou a AG André Kosters / LUSA
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O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) chegou esta segunda-feira a acordo com o Grupo Negociador das Instituições de Crédito (GNIC), coordenado pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), para aumentos salariais de 3% para o ano de 2024 (retroactivos a Janeiro). O acordo abrange o Bankinter, o BBVA, o banco BPI, o Credibom, o Haitong, o Novo Banco e o Banco Santander.

O impasse na negociação, em que o SNQTB começou o ano a pedir 5,1%, e as instituições bancárias a oferecer 2%, acontece poucos dias depois da manifestação em frente das instalações onde decorreu a Assembleia Geral do BCP.

O BCP não integra o GNIC, e os sindicatos ainda não chegaram a acordo com a administração desta instituição, liderada por Miguel Maya, mas a pressão exercida terá contribuído, segundo o SNQTB, para os resultados alcançados com os restantes bancos, onde se incluem três das cinco maiores entidades financeiras a operar no mercado nacional (Banco BPI, Banco Santander e Novo Banco).

O aumento de 3% alcançado no GNIC/APB abrange “as tabelas salariais, pensões de reforma e de sobrevivência, bem como as demais cláusulas com expressão pecuniária”, revela a estrutura sindical em comunicado.

“Trata-se de um acordo que, considerando o valor previsível da inflação no final deste ano, irá permitir, pelo segundo ano consecutivo, recuperar uma parte do poder de compra que foi escandalosamente perdido em 2022”, afirma Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB, citado no comunicado.

O sindicato dá conta que “as negociações estavam bloqueadas desde Março, com o GNIC/APB a propor um aumento de apenas 2,5%, valor que era inaceitável para o SNQTB”, acrescentando que o acordo alcançado “demonstra que a proposta do sindicato era perfeitamente razoável e comportável”.

Encerrada que está a mesa negocial com o GNIC/APB, de que também não faz parte a Caixa Geral de Depósitos, o SNQTB diz que “vai continuar a actuar nas restantes mesas negociais (BCP, Montepio, CCAM, entre outras), para salvaguardar os interesses de todos os bancários, activos e reformados”.

A proposta do BCP para aumentos salariais é actualmente de 2,25%.

Em 2023, os principais sindicatos do sector bancário conseguiram garantir um aumento salarial de 4,5%, uma percentagem que ficou substancialmente acima dos 2,5% inicialmente propostos pelo GNIC.

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