Rafael Nadal perde mas quer voltar a competir em Paris
Elevado nível mostrado por Alexander Zverev diante do espanhol confirma-o como candidato ao título em Roland Garros.
Era o encontro mais aguardado desde a realização do sorteio e ninguém o quis perder. Até Iga Swiatek, Novak Djokovic e Carlos Alcaraz marcaram presença entre os 15 mil espectadores para assistir àquele que poderá ter sido o último encontro de Rafael Nadal no torneio de Roland Garros. A tarefa do campeão espanhol era de enorme dificuldade — e a boa forma actual de Alexander Zverev confirmou-o —, mas embora não tenha conseguido ganhar um set, Nadal ficou contente com a exibição o suficiente para não querer dizer definitivamente adeus ao torneio que venceu por 14 vezes e prometeu, para já, regressar ao court Philippe Chatrier para disputar o torneio olímpico.
“Passei por dois anos difíceis devido a lesões, sempre com o sonho de voltar aqui,. É verdade que esta primeira ronda não foi a ideal, mas fui competitivo, tive as minhas oportunidades, só que não foram suficientes frente a um jogador como Sascha. Há uma percentagem grande de hipóteses de não voltar a Roland Garros, mas posso dizer, a 100%, que me diverti muito a jogar aqui, a viajar com a minha família”, afirmou Nadal, ainda no court. “Ainda tenho alguns objectivos pela frente. Espero voltar a este court para os Jogos Olímpicos, o que me motiva”, acrescentou.
“Preciso de mais oportunidades para ver se o meu nível sobe, como o meu corpo está a aguentar-se e logo tomarei uma decisão. Dêem-me dois meses até aos Jogos Olímpicos e logo vemos se consigo continuar ou então direi ‘ok, é mais que suficiente’. Hoje não é o momento para analisar este tipo de coisas, mas de continuar, aceitar o momento e logo veremos o que se passa”, prosseguiu Nadal já na conferência de imprensa, na qual deixou no ar a provável ausência em Wimbledon.
A boa disposição de Nadal foi notória quando tentou fazer um resumo das dificuldades por que tem passado com as lesões. “O meu corpo tem sido uma selva nos últimos anos, nunca sei o que esperar. Um dia acordo e descubro uma cobra a morder-me; noutro dia é um tigre. Tem sido uma grande luta com as coisas por que passei, mas, nas últimas semanas, a dinâmica é positiva”, vincou.
Ao vencer, por 6-3, 7-6 (7/5) e 6-3, em três horas e cinco minutos, Zverev tornou-se no terceiro tenista a conseguir derrotar Nadal em Roland Garros, imitando Robin Soderling (oitavos-de-final em 2009) e Novak Djokovic (quartos-de-final em 2015 e meias-finais em 2021). Apesar da falta de rodagem do adversário, Zverev teve de jogar o ténis que o levou a triunfar no Masters 1000 de Roma há pouco mais de uma semana e que o coloca entre os principais favoritos ao título. “Este foi, sem dúvida, um dos encontros mais especiais da minha carreira, mas vamos olhar para a frente, para o que vou fazer neste torneio. Agora, é um novo torneio”, frisou o número quatro do ranking mundial.
Jannik Sinner e Stefanos Tsitsipas também se juntaram ao alemão na segunda ronda da prova, enquanto que no quadro feminino, Iga Swiatek, Coco Gauff, Marketa Vondrousova, Ons Jabeur e Danielle Collins também se estrearam com vitórias.