Pelo menos 670 mortos em deslizamento de terras na Papuásia Nova-Guiné

O desastre ocorreu na sexta-feira e atingiu uma região remota onde moravam mais de quatro mil pessoas, segundo as agências humanitárias.

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Habitantes de aldeias atingidas pelo deslizamento de terras na Papuásia Nova-Guiné carregam sacos Andrew Ruing / VIA REUTERS
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Cerca de 670 pessoas terão morrido na sequência de um deslizamento de terras na Papuásia Nova-Guiné, de acordo com novas estimativas avançadas este domingo pela Organização Internacional das Migrações.

Na sexta-feira, um deslizamento de terras de grande dimensão atingiu várias aldeias na província de Enga, uma região remota e isolada no Norte da ilha. A primeira contabilização apontava para uma centena de mortos, mas novas informações apontam para um impacto consideravelmente maior.

“Eles [autoridades locais] acreditam que mais de 670 pessoas [estão] debaixo da terra neste momento”, disse à Associated Press o director da missão da OIM na Papuásia Nova-Guiné, Serhan Aktoprak.

A estimativa tem por base os cálculos das autoridades de Enga e da aldeia de Yambali que dizem que mais de 150 casas terão ficado soterradas depois do deslizamento.

Mais de seis aldeias foram afectadas pelo deslizamento na região de Mulitaka, na mesma província, a cerca de 600 quilómetros da capital Port Moresby, segundo o Governo australiano.

No terreno, a situação mantém-se difícil, dificultando os trabalhos de resgate. “A terra ainda está a deslizar, rochas estão a cair, o solo está a ceder por causa da grande pressão constante e a água está a correr por estas falhas, colocando em perigo extremo toda a gente”, disse Aktoprak.

Cerca de 1250 pessoas estão desalojadas e procuraram abrigo junto de familiares e amigos, segundo o dirigente da OIM.

Os trabalhos de resgate e apoio aos sobreviventes e desalojados têm sido perturbados não só pelas condições do terreno, mas também por confrontos tribais, um fenómeno frequente nesta região da Papuásia Nova-Guiné.

O Governo enviou militares do Exército para escoltar as comitivas que transportam ajuda humanitária para a população. No sábado, oito pessoas morreram durante combates entre tribos rivais e 30 casas e cinco lojas foram incendiadas.

Segundo Aktoprak, grupos criminosos podem aproveitar-se da turbulência causada pelos confrontos e pelo desastre para assaltarem as comitivas humanitárias. “Há preocupação não apenas pela segurança dos funcionários, mas também pelos bens, porque eles [criminosos] podem usar este caos como uma forma de roubar”, disse o responsável.

O grupo humanitário CARE Austrália calcula que quatro mil pessoas morem nos locais afectados pelo deslizamento, mas esse número poderá ser mais elevado por ser considerado um “local de refúgio para quem foi desalojado pelos conflitos” entre clãs.

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