Zelensky visita Espanha na segunda-feira e pode vir a Portugal a seguir
Viagem do presidente ucraniano que esteve prevista para meados de Maio e foi adiada deve acontecer na próxima semana. Em Madrid deverá ser assinado um acordo bilateral de segurança.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visita Espanha na próxima segunda-feira, avançam vários órgãos de comunicação social espanhóis, como o El Mundo. A seguir poderá viajar até Lisboa, mas ainda não está confirmado que tal aconteça, apurou o PÚBLICO.
Segundo a Cadena Ser, Zelensky desembarcará em Madrid no domingo à tarde e deverá reunir-se na segunda-feira com o Rei Felipe VI e com o presidente do Governo Pedro Sánchez, com quem deverá assinar o acordo bilateral de segurança entre Espanha e Ucrânia. Era o que estava previsto para meados de Maio, no âmbito de uma visita a Portugal e Espanha que foi cancelada após uma forte ofensiva russa na região nordeste de Kharkiv. Mas as questões de segurança que envolvem as viagens do Presidente ucraniano podem ter sido a verdadeira causa do adiamento, não estando por isso afastado o risco de voltar a ser adiada.
Tal como noticiou o El País há duas semanas, Volodymyr Zelensky e Pedro Sánchez tinham previsto reunir-se pessoalmente para assinar o novo acordo bilateral de segurança, um procedimento que outros países como Reino Unido, Alemanha, França ou Itália já fizeram. Com esse acordo, a Ucrânia pretende garantir o fornecimento de armas e o treino de tropas ucranianas a longo prazo e servir de ponte à sua entrada definitiva na NATO e na UE.
Do lado de Portugal, ainda não há nenhuma informação sobre a vinda do Presidente ucraniano, havendo apenas a expectativa de que tal possa acontecer após a viagem a Espanha. Era isso que estava previsto para meados de Maio e acabou por não acontecer, assim como não se concretizou em Outubro do ano passado, quando chegou a ser noticiado que Zelensky iria comparecer na reunião do Grupo de Arraiolos, no Porto. Na altura, o chefe de Estado da Ucrânia estava de viagem pela Europa, tendo marcado presença em Granada.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou a fazer uma nota, confirmando que Zelensky tinha aceitado o convite para visitar Portugal, mas que as duas equipas ainda estavam a "trabalhar na data para concretizar tal visita". “As autoridades ucranianas comunicaram que a decisão do Presidente Zelensky de se deslocar a Granada, para participar na Cimeira da Comunidade Política Europeia, foi tomada no último momento e que a visita será muito curta”, explicava ainda a nota de Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Ucrânia em Agosto, tendo nessa altura feito o convite ao seu homólogo. Na altura, por ocasião das comemorações do dia da independência da Ucrânia, em 24 de Agosto, o chefe de Estado português disse, durante um intervenção que fez em ucraniano, que Portugal vai apoiar sempre a independência do país: “Portugal estará, e está, sempre com a vossa independência. Sem a vossa legítima defesa não haverá paz e segurança na Europa”.
Acordo bilateral com Portugal em preparação
Portugal tem apoiado a Ucrânia com o envio de armamento, tendo aprovado recentemente, em Março, o investimento de 100 milhões de euros no programa de aquisição conjunta de munições liderado pela República Checa.
Na Cimeira de Vilnius de Maio de 2023, o então primeiro-ministro António Costa comprometeu-se a preparar um acordo bilateral de segurança com a Ucrânia, que deveria ser assinado até à Cimeira da NATO deste ano em Washington.
A 3 de Abril, no dia seguinte à tomada de posse do Governo liderado por Luís Montenegro, o novo primeiro-ministro luso e o Presidente ucraniano revelaram na rede social X terem falado ao telefone. Zelensky acrescentava mesmo terem discutido "a implementação de acordos de defesa anteriores" entre os países.
"Instruímos as equipas a começarem a trabalhar na preparação de um acordo bilateral de segurança no âmbito da Declaração do G7. Também coordenamos futuros contactos conjuntos", adiantou ainda o Presidente ucraniano.
Por seu lado, Luís Montenegro reafirmava o apoio de Portugal, mas sem adiantar pormenores. "A Ucrânia pode contar com o nosso apoio político, económico, humanitário e militar enquanto for necessário. Trabalharemos juntos para construir a paz na Europa e no mundo", escreveu o primeiro-ministro.
Notícia actualizada às 17h38