Preocupado com insegurança no Porto, Rui Moreira recusa misturar temas: “Não associo a imigração à violência”
Autarca revelou “muita preocupação” com o sentimento de insegurança na cidade, mas defendeu que a Câmara do Porto já faz tudo o que pode nessa matéria. Reforço da polícia é urgente
Rui Moreira foi categórico a separar os assuntos. Uma coisa é a segurança na cidade – e sobre isso o autarca revelou “muita preocupação” –, outra é juntar a esse debate a questão da imigração. “Não associo a imigração à violência”, disse aos jornalistas, com quem falava no final de uma visita à obra do antigo Matadouro de Campanhã, que deverá estar aberto ao público no início de 2026.
Esta quinta-feira, o Jornal de Notícia faz manchete com a questão do tráfico e consumo de drogas na Sé do Porto e fala de “alarme” entre moradores e turistas. Rui Moreira admite o problema na cidade: “Ontem recebi uma associação de moradores do Pinheiro Manso, extremamente preocupados com as condições de segurança na cidade. Estamos muito preocupados.”
O autarca sublinhou, no entanto, que as queixas dos moradores eram sobre o tráfico e o consumo de drogas e, em nenhum momento, resvalaram para a associação disso com imigração. “É importante que a população se mobilize, perceba o que está a acontecer e não se deixe influenciar por aquilo que lhes é dito - que são determinados extractos da população que provocam isto - porque não são.”
Questionado sobre o papel do município na resolução do problema de insegurança, ou sensação de insegurança, o autarca respondeu que a câmara já faz a sua parte: “Estamos a resolver o problema à nascença, naquilo que é a relação societária da cidade. Acabar com guetos, fazer com que as crianças vão à escola, ter mediadores que trabalham com estas comunidades.”
O resto, continuou, é a polícia que pode resolver. “O problema da insegurança é europeu e nacional. Lisboa está com o mesmo problema. Estamos com um fortíssimo problema, um sentimento de insegurança.” Recentemente, Moreira e Carlos Moedas uniram esforços para falar sobre o assunto ao Governo. Mas, até agora, não tiveram qualquer resposta. “Nenhuma câmara de vigilância substitui a presença de um elemento policial. A polícia está muito pouco presente.”