Kafka segundo Roberto Calasso: o estranhamento como ruído de fundo
No centenário da morte de Franz Kafka, chega a Portugal esta fusão de incalculável perícia entre o estudo minucioso e o recorte biográfico.
Em 1917, Franz Kafka recebeu uma carta enviada por certo Siegfried Wolff. Nela se queixava da sua infelicidade, e o culpado seria o escritor. Wolff tinha comprado A Metamorfose para oferecer a uma prima, que, incapaz de compreender o sentido da narrativa, a entregara à mãe, igualmente frustrada na sua tentativa de interpretação. Conforme relata a Kafka, o remetente da carta experimentara os horrores das trincheiras, mas nada, na sua opinião, se comparava à leitura de A Metamorfose. Por isso recorria ao próprio autor em busca de auxílio.
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