Estimativa preliminar para hospital de Ponta Delgada funcionar este ano é de 24,3 milhões de euros

Secretária regional da Saúde frisou que é necessário proceder à reparação do HDES para que, mesmo com limitações, seja possível repor “parte do seu funcionamento”.

Foto
Hospital do Divino Espirito Santo, em São Miguel, sofreu um incêndio a 4 de Maio, que o deixou sem actividade e obrigou à transferência de todos os doentes Rui Soares
Ouça este artigo
00:00
02:36

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A estimativa preliminar de custos para o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, funcionar este ano é de 24,306 milhões de euros, revelou esta quarta-feira a secretária regional da Saúde dos Açores.

"À data de hoje, e assumindo que se trata de uma estimativa preliminar que naturalmente será detalhada pelo grupo de trabalho criado para este fim, o valor identificado que permite ao HDES assumir os serviços prestados à comunidade é de 24 milhões e 306 mil euros para o ano de 2024", disse Mónica Seidi.

A governante falava no parlamento regional, na Horta, na ilha do Faial, no segundo dia do debate sobre o Plano e Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para 2024.

"Reitero que este é um valor preliminar, que diz respeito a despesas relacionadas com reparações e despesas de funcionamento", sublinhou a titular da pasta da Saúde na sua intervenção.

Mónica Seidi frisou que é necessário proceder à reparação do HDES para que, "mesmo com limitações", seja possível repor "parte do seu funcionamento".

Segundo a governante, não é "de descurar a possibilidade de se encontrarem soluções transitórias que permitam, o quanto antes, o regresso de valências que se encontram fora do perímetro do hospital, nomeadamente as áreas dedicadas à urgência, que funcionam actualmente na CUF", unidade privada localizada no concelho vizinho da Lagoa.

A secretária regional defendeu que "o futuro passa, de forma inequívoca, por ter um hospital novo, renovado e modernizado, com uma projecção de futuro que dê resposta aos desafios não só dos micaelenses, mas de todos os açorianos nos próximos 20 a 30 anos".

O HDES, na ilha de São Miguel, sofreu um incêndio no dia 4 de Maio, que o deixou sem actividade e obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para outras unidades de saúde dos Açores, da Madeira e do continente.

Os utentes que fazem hemodiálise e foram transferidos para a Madeira regressam hoje ao hospital de Ponta Delgada e os que se encontram no Faial e Terceira regressarão no domingo e na segunda-feira, de acordo com o executivo.

No dia 13, o HDES iniciou tratamentos a alguns doentes das áreas de Oncologia e Hemato-oncologia.

O incêndio na maior unidade de saúde do arquipélago deflagrou pelas 09:40 locais (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11.

O fogo, em investigação, terá tido origem num quadro eléctrico, que, segundo a administração, tinha as vistorias em dia.

Na terça-feira, o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, anunciou que o Governo da República assumiu a comparticipação de 85% dos custos com a reabilitação do equipamento.