João Sá distinguido como Chef do Futuro pela Academia Internacional de Gastronomia

José Bento dos Santos recebeu o Grande Prémio da Cultura Gastronómica e houve ainda prémios para portugueses nas áreas de sommelier, literatura e multimédia.

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João Sá também conquistou este ano a estrela Michelin para o seu Sála (Lisboa) Dr
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João Sá, do restaurante Sála, em Lisboa, é um dos Chefs do Futuro para a Academia Internacional de Gastronomia – uma distinção que vem somar-se à estrela Michelin que lhe foi atribuída no final de Fevereiro pelo influente guia, naquela que foi a primeira cerimónia de apresentação de um Guia Michelin exclusivo para Portugal.

Na altura em que recebeu a estrela, João Sá explicava assim à Fugas a filosofia do projecto: “Fiz um trabalho intenso para perceber onde estamos geograficamente. Este sítio é um enclave simpático, dantes havia aqui, no Campo das Cebolas, os armazéns onde se guardavam as mercadorias que chegavam à cidade, Alfama e Mouraria sempre foram bairros de integração cultural, e eu sou um português filho de angolanos que cresci com a moamba como prato dos domingos, tinha um abacateiro, sempre comi leite de coco, óleo de palma, especiarias, caril. Sou português e sou isto.”

O prémio Chef de L’Avenir distingue anualmente um conjunto de chefs em vários países, sendo que em 2023 a honra coube a Luís Gaspar, dos restaurantes Brilhante, Sala de Corte e Pica Pau, todos em Lisboa, em 2022 Vasco Coelho Santos, do Euskalduna, no Porto, foi um dos premiados, e em 2021 a distinção foi para Alexandre Silva, do Loco, em Lisboa.

Este ano, a Academia Internacional decidiu também atribuir a José Bento dos Santos o Grande Prémio da Cultura Gastronómica, homenageando assim o gastrónomo português que já foi presidente daquela instituição e é Presidente Hononário da Academia Portuguesa de Gastronomia. Este prémio, criado em 1990, pode ser entregue a uma personalidade ou a uma cidade, região, escola de hotelaria, universidade ou outra instituição ligada à gastronomia.

O press release que anuncia os prémios destaca o vasto currículo de Bento dos Santos nesta área: é conselheiro gastronómico da Chaîne des Rôtisseurs, Cavaleiro da Confraria de Vinho do Porto, membro titular da Académie des Psycologues du Goût de Paris, entre outros. Além disso, recebeu da Presidência da República Portuguesa o grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial (2006), foi, em 2005, Prémio Especial da Gatronomia da Revista de Vinhos e recebeu a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Lisboa.

Várias outras figuras portuguesas ligadas à gastronomia foram premiadas pela Academia Internacional: Gonçalo Patraquim, do Grupo Plateform, recebeu o Prémio de Sommelier; o Prémio de Chef de Pastelaria foi para Davide Cunha da Confeitaria Nacional; o da Literatura Gastronómica para Maria Lectícia Cavalcanti pelo livro A Mesa de Deus e também para José Eduardo Franco e Isabel Drumond Braga pela sua História Global da Alimentação Portuguesa. Por fim, o Prémio Multimédia distinguiu o autor do programa Boa Vida na rádio TSF. Augusto Freitas de Sousa.

A Academia Internacional da Gastronomia apresenta-se como uma instituição que visa “a salvaguarda e o desenvolvimento das culturas e dos patrimónios culinários regionais e nacionais” ao mesmo tempo que “encoraja a cozinha moderna na sua criatividade”.

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