Incerteza iraniana e saudita motiva subida ligeira do preço do petróleo

Mercados reagiram sem grandes sobressaltos à notícia da morte do presidente do Irão, mas preços acentuaram subida da semana passada.

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Irão é um dos principais produtores mundiais de petróleo Raheb Homavandi / REUTERS
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As dúvidas que se instalaram nas últimas horas sobre o futuro político no Irão e na Arábia Saudita conduziram, esta manhã, ao agravamento ligeiro da tendência de subida de preços no mercado petrolífero internacional.

Nas primeiras horas de negociação esta manhã, o preço do barril de petróleo Brent aumentou, de acordo com os dados da agência Reuters, 41 cêntimos para 84,39 dólares. A subida, de cerca de 0,5%, acresce à variação positiva de 1% já registada durante a semana passada, acentuando uma tendência de retoma dos preços do petróleo, que os coloca neste momento ao nível mais alto desde o passado dia 10 de Maio.

A provocar esta subida está, esta manhã, de acordo com a generalidade dos analistas do mercado, as crises nas lideranças de dois dos maiores produtores mundiais de petróleo.

No Irão, a morte do presidente Ebrahim Raisi num acidente de helicóptero traz novas incertezas em sobre a correlação de forças dentro do regime iraniano. Raisi pertencia à linha dura e era visto como um potencial sucessor do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, que já veio garantir contudo que não haverá, com a morte do presidente, perturbações nos assuntos do Estado.

Na Arábia Saudita, o príncipe Mohammed bin Salman anunciou o adiamento da sua visita ao Japão, dando como explicação os problemas de saúde do seu pai, o rei Salman, que, com 88 anos, deverá ser operado a uma infecção nos pulmões. Neste caso, uma eventual mudança de liderança parece não implicar alterações substanciais na política da Arábia Saudita relativamente à produção do petróleo, motivo pelo qual foi bastante reduzida a agitação criada nos mercados.

O preço do petróleo tem vindo, nos últimos meses, a ser influenciado pelos desenvolvimentos da crise em Israel e na Palestina, nomeadamente pelos sinais de uma escalada do conflito no Médio Oriente. O desempenho da economia chinesa e as decisões dos principais exportadores mundiais de petróleo no que diz respeito aos seus níveis de produção também assumem um papel relevante na evolução dos preços.

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