Now, 24h de notícias: “Quanto melhores forem os outros canais, maior é o nosso desafio”

O novo canal do grupo que detém o Correio da Manhã arranca no dia 17 de Junho com “senadores” de peso, entre os quais está o “optimista”.

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O director do novo canal de televisão, Carlos Rodrigues, na apresentação do canal a 3 de Maio ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa
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O novo canal de televisão Now promete ser ser uma estação “totalmente dedicada às notícias” e “diferenciadora” dos seus concorrentes no cabo: CNN, SIC Notícias, RTP3 e CMTV. Vai para o ar no dia 17 do próximo mês e tem nomes sonantes como “senadores”, como António Costa e Rui Rio.

“A nossa principal missão é o jornalismo. Um canal que terá opinião qualificada e jornalismo de investigação. Estes são pilares do Now”, afirmou ao PÚBICO Carlos Rodrigues, director-geral editorial do grupo Medialivre, que detém, entre outros meios, o Correio da Manhã (CM), a CMTV, o Jornal de Negócios, a Sábado e o Record.

Parte dos restantes meios do grupo também serão chamados a participar no novo canal. “O Jornal de Negócios vai ter uma presença muito importante no Now, o Record também terá um papel na área desportiva, bem como a Sábado, que terá um espaço de investigação, e a Máxima, que produzirá conteúdos de life style”, explicou o director de Informação.

Quem não terá qualquer presença são o CM e a CMTV, e Carlos Rodrigues explica porquê: “São meios completamente diferentes. O CM e a CMTV têm uma informação de proximidade, o Now será diferente, com fortes apostas na política, economia e internacional. Não haverá nem programas nem rostos da CMTV no Now.”

O director-geral do grupo de media admite que o novo canal fará concorrência também à CMTV — “o espectador dirá sempre que há concorrência” —, mas também aos outros canais de informação no cabo. “Seremos concorrência, mas quero deixar claro que não vamos nascer para ser contra ninguém, nem competir com ninguém. A CNN, a SIC e a RTP3 são excelentes canais de informação, fazem boa televisão e nós temos respeito por eles. O Now vem para acrescentar valor. Quanto melhores forem os outros canais, maior é o nosso desafio”, acrescentou Carlos Rodrigues.

O Now, que ocupará a posição 9 nas operadoras da televisão por cabo, será um canal de notícias 24 horas por dia e sete dias por semana, e já tem a sua grelha de programação definida.

A manhã informativa arrancará pelas 7h00, com espaços informativos de 15 minutos, “sempre à hora certa” – no primeiro minuto de cada hora. “Queremos que as pessoas, quando saírem de casa, o façam com conhecimento total do que mais importante está a acontecer”, explica o director.

Pelas 10h00 vai para o ar um espaço diário chamado Liberdade de Expressão, em que o canal se propõe "acelerar a leitura da actualidade". Ainda de manhã, pelas 11h00, abre-se espaço à informação internacional, com o clássico Jornal do Mundo, que incluirá informação económica.

O modelo matinal prolonga-se pela tarde e terá também momentos de debates sobre a justiça e, às 20h00, entra na emissão, durante duas horas, o principal espaço informativo do novo canal, apresentado pelos jornalistas Pedro Mourinho e Eduarda Pires. Um momento que Carlos Rodrigues diz querer “concorrer também com canais generalistas”, que têm a essa hora os seus espaços nobres de informação.

"Optimista", é o nome de um dos programas

Já depois das 22h vai para o ar o que o director chama “o espaço dos nossos senadores”. São eles, além de António Costa e Rui Rio, Fernando Medina, Graça Freitas e o bispo Américo Aguiar.

Serão programas de autor, cada um deles com um nome próprio. Para já, ainda só está definido o nome do espaço do ex-primeiro-ministro: “Optimista.” “Será um olhar viral dos autores que vão comentar as áreas em que são especialistas. Acho que será um momento que manterá as pessoas sintonizadas na televisão, a uma hora em que muitos já deixaram de o estar”, acrescentou.

Carlos Rodrigues diz ainda que será “um momento muito especial de informação”. “Os espaços de opinião são actualmente muito iguais em todos os canais. Estão fossilizados. Agora até se dão notas aos políticos, como se fossem jogadores de futebol. Nós vamos fazer diferente”, concluiu.

Esta semana, o CEO do Medialivre, Luís Santana, durante a apresentação do projecto a empresas de meios de comunicação e parceiros comerciais, disse saber que o grupo está perante “um quadro arrojado”, mas mostrou confiança “com o caminho traçado, que é seguro do ponto de vista do negócio que suporta este desafio e, muito em especial, pelo conceito diferenciador que caracteriza o projecto".

“O Now é mais um passo num plano estratégico alicerçado no desenvolvimento de novos projectos que acrescentem valor ao portefólio existente”, acrescentou.

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