Colónia despromovido em dia histórico na Bundesliga
Estreante Heidenheim bateu os “goats” e ascendeu ao 8.º lugar da Liga alemã, que pode garantir presença na Liga Conferência UEFA.
Caiu o pano sobre a 61.ª edição da Bundesliga, uma campanha que ficará na história graças ao Bayer Leverkusen, que venceu o Augsburgo (2-1) no jogo de consagração do novo campeão germânico — o 13.º desde o arranque da competição em 1963 —, tornando-se na primeira equipa a concluir a principal liga sem qualquer derrota, ampliando a série de invencibilidade para 51 encontros.
O Bayer Leverkusen só não bateu o recorde de pontos da Liga alemã, estabelecido pelo Bayern Munique de Jupp Heynckes (2012/13), com 91 pontos, embora tenha igualado os 90 pontos do Bayern de Pep Guardiola (2013/14).
Bayern Munique que fechou 2023/24 no terceiro lugar, a pior classificação da última década (já não sucedia desde 2010/11), sendo superado pelo Estugarda, depois da derrota com o Hoffenheim, por 4-2, com um “hat-trick” do internacional croata Kramaric.
Mas, voltemos a Leverkusen, cidade que ainda espera poder conquistar a Liga Europa (frente à Atalanta) e a Taça da Alemanha... competição que poderá determinar o acesso do oitavo classificado da Bundesliga às provas da UEFA.
Isto, caso o Bayer Leverkusen vença o Kaiserslautern, um dos fundadores da Bundesliga que actualmente milita na segunda divisão. Daí que, por fora, a torcer intensamente pelo conjunto de Xabi Alonso, esteja o FC Heidenheim 1846, estreante na Bundesliga, que ontem venceu o Colónia (4-1) e ainda beneficiou do triunfo do Union Berlin frente ao Friburgo (2-1) para garantir o oitavo posto da tabela e, assim, alimentar o sonho de terminar em grande um ano inesquecível para a equipa que até contribuiu directamente para a decisão antecipada do título de campeão.
Vaivém de Colónia
O triunfo do Heidenheim confirmou, igualmente, a despromoção do Colónia — que se junta ao Darmstadt — um dos 16 emblemas fundadores da Bundesliga, detentor de dois títulos de campeão (1963/64 e 1977/78), para além de um Campeonato da Alemanha (1961/62). Troféus que partilham o espaço no museu do clube com cinco Taças da Alemanha e quatro taças de campeão da divisão secundária, onde agora regressa, depois de cinco anos entre a elite, o máximo conseguido nos últimos 25 anos.
Colónia que desde 1998/99, ano da primeira despromoção (justificada por problemas financeiros), tem vivido num permanente vaivém entre a segunda e a primeira Liga, sem conseguir estabilizar nem escapar à realidade de outros emblemas históricos, como o Hamburgo, já sem o brilho de outrora.
Distantes vão os tempos de glória, como a final europeia de 1986, na Taça UEFA (a duas mãos), onde eliminou o Sporting para ver o Real Madrid (5-3) levantar o troféu. Um Colónia onde se destacavam nomes como os internacionais Harald Schumacher, Pierre Littbarski, Klaus Allofs e o então jovem Thomas Hassler, além de Dieter Müller, o único a marcar seis golos num só jogo.
Este sábado, o Colónia não dependia apenas do que fosse capaz de fazer ante o Heidenheim, já que os 30 pontos a que ainda poderia aspirar nem o lugar de play-off assegurariam, acabando o Bochum de Gonçalo Paciência, derrotado (4-1) em Bremen, pelo Werder, por ver-se superado pelo Union Berlin de Diogo Leite, ambos com 33 pontos, pelo que disputará com o Fortuna Dusseldorf, terceiro classificado do segundo escalão, o jogo de play-off de permanência.