Associação de ucranianos denuncia vandalismo e insultos durante exposição no Porto

Quatro mulheres terão insultado membros da Associação dos Ucranianos em Portugal e danificado estruturas numa exposição sobre a Ucrânia no Porto. Organização apresentou queixa na PSP.

Foto
Pavlo Sadokha, presidente da ACP, adiantou à agência Lusa que o incidente ocorreu esta quarta-feira à noite, junto à estação de metro da Trindade, no Porto Daniel Rocha
Ouça este artigo
00:00
02:08

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Associação dos Ucranianos em Portugal (ACP) denunciou esta quinta-feira actos de vandalismo contra uma exposição sobre a Ucrânia no Porto e insultos "relacionados com a imigração", dirigidos aos organizadores e participantes.

Pavlo Sadokha, presidente da ACP, adiantou à agência Lusa que o incidente ocorreu esta quarta-feira à noite, junto à estação de metro da Trindade, no Porto, onde decorria a acção "Labirinto da Liberdade", organizada por uma organização ucraniana da Áustria, que está a percorrer várias cidades da União Europeia (UE), com o objectivo de lembrar a Ucrânia antes das eleições para o Parlamento Europeu de 9 de Junho.

Já Lyudmyla Artysh, membro da ACP no Porto, contou à agência Lusa que estava presente quando ocorreram os insultos, pelas 21h, por parte de "um grupo de quatro mulheres, com cerca de 30 anos, em que duas delas foram muito agressivas". A ucraniana referiu que uma das mulheres tinha uma faca e que foram danificadas várias lonas da exposição e ainda que uma das organizadoras foi agredida com um murro na cara.

A ACP divulgou imagens, através de correio electrónico, onde é possível ver lonas rasgadas e danificadas. Lyudmyla Artysh denunciou ainda insultos por parte deste grupo de mulheres. "Gritaram e insultaram, disseram: 'O que estão a fazer aqui?', 'Não queremos cá os imigrantes', 'Estão na minha terra" e 'Faço o que quero'", acrescentou.

Esta dirigente da ACP no Porto sublinhou também que, ao começar a altercação, ligou para a Polícia de Segurança Pública (PSP), mas que esta força policial não apareceu no local. As vítimas dirigiram-se por isso a um posto policial próximo da estação de metro, onde apresentaram queixa.

A agência Lusa tentou confirmar estas denúncias junto do Comando Metropolitano do Porto da PSP e do Comando Nacional da PSP, mas não foi possível.

Pavlo Sadokha confessou ainda estar triste com este episódio, referindo que é inédito em 25 anos em Portugal. "Sempre tivemos o apoio dos portugueses. Na nossa opinião são provocadores, pois havia cartazes a divulgar evento no Porto", salientou. O mesmo evento decorreu esta quinta-feira em Lisboa, no Largo de Camões, sem incidentes.