Zelensky viaja para Kharkiv, onde a situação é “extremamente difícil”

Presidente diz que as forças inimigas estão a sofrer “perdas pesadas” em Kharkiv e que foram “parcialmente” expulsas de Vovchansk. Tropas russas avançam para tomar mais uma vila.

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Zelensky esteve reunido com comandantes das forças ucranianas em Kharkiv Ukrainian Presidential Press Service / VIA REUTERS
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Reconhecendo que a situação na linha da frente de combates é “extremamente difícil”, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajou nesta quinta-feira para a região de Kharkiv, onde a pressão do avanço das forças russas se mantém há quase uma semana.

Depois de adiar todas as deslocações ao estrangeiro – estavam previstas visitas a Portugal e Espanha nesta semana –, Zelensky decidiu viajar até Kharkiv para estar mais próximo dos militares que ucranianos que tentam travar a progressão do Exército russo. “Ao dia de hoje, a situação na província de Kharkiv está praticamente sob controlo, os nossos soldados estão a infligir perdas pesadas aos ocupantes”, afirmou o Presidente ucraniano após uma reunião com chefias militares. Ainda assim, Zelensky descreveu a situação nesta região no Nordeste da Ucrânia como “extremamente difícil”.

Há quase uma semana, a Rússia lançou uma ofensiva na região de Kharkiv, mobilizando mais de 30 mil tropas, segundo as informações de Kiev. Desde então, as forças russas conseguiram capturar algumas vilas muito próximas da fronteira e aproximam-se da cidade de Vovchansk, entretanto evacuada.

O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas informou que as forças russas foram “parcialmente repelidas” de Vovchansk, mas a ameaça à cidade permanece. Numa análise publicada na quarta-feira, o Instituto para o Estudo da Guerra observa que “o andamento das operações ofensivas russas no norte da província de Kharkiv continua a abrandar, depois de as forças russas terem inicialmente capturado áreas que os dirigentes ucranianos confirmaram agora serem menos bem defendidas”.

O comando russo na região diz que as tropas estão próximas de Liptsi, uma pequena vila próxima da fronteira russa. “O trabalho está a começar para a libertar, aviação e artilharia estão em trabalho constante, não param”, disse o comandante Vitaly Ganchev, citado pela agência estatal RIA Novosti.

Ganchev também se referiu a Vovchansk, como a “cidade mais importante” e “à beira da libertação total”.

Nas primeiras semanas após o início da invasão em larga escala da Ucrânia, as forças russas tentaram tomar a cidade de Kharkiv, a segunda maior do país e com uma considerável população de falantes de russo, mas não conseguiram e acabaram por ser expulsas numa contra-ofensiva ucraniana nos meses seguintes.

É improvável, porém, que a Rússia tenha como objectivo desta vez capturar a capital provincial. Os analistas militares notam que Moscovo não mobilizou forças em número suficiente para tomar uma cidade da dimensão de Kharkiv. E o próprio Kremlin já referiu no passado a intenção de criar uma “zona tampão” nesta região fronteiriça.

Um dos principais efeitos da ofensiva lançada pela Rússia em Kharkiv é forçar a Ucrânia a deslocar militares e equipamento para esta região e enfraquecer a sua posição no Donbass, onde as forças russas também têm alcançado alguns progressos nos últimos tempos.

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