MAI remete reforço policial nas escolas para reestruturação da PSP

Gabinete da ministra Margarida Blasco não concretiza como pretende reforçar o policiamento junto das escolas, anunciado na sequência de notícias acerca da agressão de uma criança nepalesa.

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MAI justificou mudança na direcção da PSP com reestruturação Rui Gaudêncio
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A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, não concretiza como pretende reforçar o policiamento junto das escolas, anunciado pela própria na sequência das notícias acerca da agressão de uma criança nepalesa numa escola de Lisboa, remetendo-o para a prometida reestruturação da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, o gabinete de Blasco limita-se a dizer que vai, "em linha com o programa de governo, reforçar e reestruturar o dispositivo das forças de segurança, nas cidades em geral, junto às escolas em particular". Essa alteração "está a ser desenhada para ser implementada com a visão e o empenhamento do novo director nacional da PSP", Luís Carrilho, que tomou posse na semana passada, acrescentou a mesma fonte.

No comunicado em que anunciou a exoneração do superintendente José Barros do comando da polícia, o MAI enquadrou essa decisão "no âmbito da reestruturação operacional da Polícia de Segurança Pública".

Na pergunta que enviou ao MAI, o PÚBLICO questionou se o reforço do policiamento avançado pela ministra passaria por um aumento dos agentes adstritos ao programa Escola Segura ou por outras iniciativas. A resposta recebida não é elucidativa quanto à forma como isso acontecerá.

O ministério enquadra as palavras de Margarida Blasco "no sentido de responder aos novos desafios que se nos colocam hoje e que exigem uma Polícia de Segurança Pública em condições de responder e corresponder a estas novas realidades".

Lamentando a agressão que ocorreu numa escola em Lisboa —​ "não deve e não pode acontecer", escreve o MAI —, a tutela defende que esta realidade implica "uma necessidade, permanente, de adaptação, reestruturação e empenhamento das forças de segurança".

A Rádio Renascença noticiou nesta terça-feira um caso de uma criança de nove anos, de origem nepalesa, que foi atacado por um grupo de colegas, com insultos xenófobos e anti-imigrantes, uma agressão que foi filmada e partilhada em grupos nas redes sociais dos alunos. O ataque levou a família a requerer a transferência da criança do estabelecimento escolar.

Confrontada pelos jornalistas com esta situação, Margarida Blasco tinha prometido “reforçar quer o policiamento nas escolas quer o policiamento de proximidade, (...) de forma a prevenir estes casos”.

“No Ministério da Administração Interna, em conjunto com os ministérios da Educação e da Saúde, é nossa intenção fazer programas mais céleres, mais eficazes para obviar estas situações”, acrescentou na ocasião, sem detalhar o que pretende mudar nem quando.

Na sequência dessas declarações, o PÚBLICO também questionou o Ministério da Educação sobre a forma como defende que devem ser tratados casos de violência em contexto escolar. Também foi perguntando se foi aberto algum processo de averiguação interno pela escola onde aconteceu a agressão e se o caso foi comunicado às autoridades policiais. Até ao momento, o gabinete de Fernando Alexandre ainda não respondeu.

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