Wilders anuncia acordo de governo nos Países Baixos

Falta saber quem será o primeiro-ministro do executivo liderado pelo PVV, partido de direita radical que venceu as eleições legislativas em Novembro do ano passado.

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O partido de Geert Wilders lidera as negociações para um novo governo Robin Utrecht / EPA
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Um conjunto de partidos de direita, encabeçado pelo partido de direita radical PVV, chegou a acordo para formar governo nos Países Baixos, sem haver, ainda, qualquer indicação de quem será o primeiro-ministro.

O acordo foi anunciado pelo líder do PVV, Geert Wilders, depois de negociações que se arrastam desde que o partido ganhou as eleições legislativas em Novembro do ano passado. Desde as eleições que os Países Baixos estão com um governo de gestão, liderado por Mark Rutte, ex-líder do VVD, que anunciou que iria abandonar a vida política.

"Temos um acordo", disse Wilders em Haia, onde as negociações decorreram, acrescentando que a questão do nome do primeiro-ministro foi discutida mas que nada podia ainda adiantar sobre o assunto.

O conjunto de partidos que chegaram a acordo é um sortido que junta várias facções da direita neerlandesa, de partidos ligados ao centro-direita até à direita radical. Ao PVV de Wilders juntam-se o partido de centro-direita que liderou o anterior governo - o VVD -, o Novo Contrato Social (NSC), partido dissidente dos democratas-cristãos neerlandeses, e o partido de protesto dos agricultores conhecido como BBB.

O líder do NSC, Pieter Omtzigt, que chegou a abandonar as negociações, afirmou que os partidos tinham encontrado "uma base para a cooperação", dizendo que estavam "confiantes" nessa base. A líder do BBB, Caroline van der Plas, disse que era um acordo "muito positivo para os Países Baixos". Já a líder do VVD, Dilan Yesilgöz, foi menos efusiva, afirmando que tinham sido dados "importantes passos finais" para um acordo, acrescentando que ainda tinha de levar a cabo consultas com o seu partido.

O nome do futuro primeiro-ministro dos Países Baixos não é, para já, conhecido. Quando questionado sobre quem será o chefe de governo, Omztigt remeteu para Wilders a comunicação da decisão, recusando fornecer mais pormenores sobre quem poderá liderar o novo executivo.

“Vamos formar um governo”, disse Omtzigt. “Vamos esperar para ver quem Wilders propõe como candidato a primeiro-ministro.”

O líder do PVV tinha-se auto-excluído da possibilidade de liderança do Governo neerlandês em Março, após a falta de apoio dos parceiros de negociação relativamente às suas posições anti-Islão.

O principal nome apontado para o cargo pela imprensa neerlandesa, citando fontes em Haia, é Ronald Plasterk, militante, há 46 anos, do Partido Trabalhista (PvdA), antigo ministro de governos liderados por Mark Rutte e Jan Balkenende e que tem sido o mediador das negociações entre o conjunto de partidos. Apesar da sua forte ligação ao partido de centro-esquerda, Plasterk já criticou o partido liderado por Frans Timmermans numa coluna que assinava no jornal De Telegraaf, nomeadamente em relação à coligação com o partido GroenLinks, da esquerda ecologista.

Segundo o De Telegraaf, caso Plasterk seja confirmado como primeiro-ministro do novo governo, será obrigado a desfiliar-se do PvdA, segundo os estatutos do partido. O mesmo jornal refere que Plasterk poderá juntar-se ao PVV.

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