Séries: João Tordo, Gisberta ou afrodescendentes concorrem no Conecta Fiction

Importante encontro recebe quatro projectos portugueses e uma co-produção luso-brasileira no seu mercado, onde podem ser premiados ou encontrar novas parcerias de produção.

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Quatro projectos portugueses e uma co-produção luso-brasileira estão este ano na selecção da Conecta Fiction, o encontro de profissionais do audiovisual em Toledo, Espanha, que cada vez mais dá cartas no mercado ibérico (e não só), em busca de parceiros para co-produções. Na secção CoPro Series, por exemplo, foram seleccionados Águas Passadas, de João Tordo, numa adaptação da Caracol Studios, Novas Narrativas de Caça, de Luís Almeida para a Galo Bravo, e A Célula Adormecida, de Nuno Nepomuceno e Miguel Sinal para a SPi. Há ainda candidatos portugueses na secção de Docudrama e musical.

O mercado, que decorre entre 18 e 21 de Junho em Toledo, tem precisamente como tema do ano Brasil e Portugal, os países em foco que têm oportunidade de explicar os seus meios de produção, dar a conhecer a sua indústria e os títulos que desejam promover. Um dos seus púlpitos mais atractivos é o Pitch, uma montra em que vários títulos competem por prémios de instituições ou empresas, como por exemplo a RTVE, a emissora pública espanhola, mas também pela atenção de canais, plataformas ou produtoras interessados em co-produzir e, assim, aumentar ou cumprir a capacidade financeira de uma série.

Este ano o espaço Pitch, que se divide em várias secções, conta então com cinco participações portuguesas. No Pitch Docudrama Series está, com outros quatro candidatos, Gisberta – Life and Death of a Transwoman, uma co-produção brasileiro-portuguesa. A série é de Rodrigo Rebouças, as produtoras são a Volf Entertainment e a Ultravioleta e a história é bem conhecida do público português. Na secção de Música, Um Lugar ao Sol, de Pedro Lopes (Glória), Catarina Bizarro, Manuel Mora Marques, Marina Preguiça Ribeiro e Marta Pais Lopes, junta a equipa da SPi na peugada de uma cantora que teve um sucesso fugaz e, aos 35 anos, está num impasse na sua carreira. São também quatro os seus concorrentes.

Chegados ao segmento Pitch CoPro Series está então o projecto de Luís Almeida para uma série de sete episódios independentes entre si sobre afrodescendentes portugueses, Novas Narrativas de Caça. A Célula Adormecida, de Nuno Nepomuceno e Miguel Sinal, é mais um projecto da SPi (produtora do grupo SP Televisão, uma das maiores produtoras independentes portuguesas, focado na ficção de curta duração com potencial de internacionalização) e é um projecto de thriller sobre um momento de emergência: um alerta terrorista, a morte de um primeiro-ministro e uma dupla que tenta parar uma conspiração que tem ligações ao passado desses benfeitores.

Por fim, mas não em último, o escritor João Tordo terá Águas Passadas nesta competição entre dez séries. O projecto ainda está em fase de desenvolvimento e terá Joana Domingues como produtora e a espanhola Paloma Mora como co-produtora, como informou a Caracol em comunicado. A série será realizada por Bruno Gáscon. A história baseia-se em 13 dias de Janeiro de 2019, passados sob um dilúvio imparável sobre Lisboa, em que dois corpos de adolescentes aparecem mutilados. A investigação sobre as suas mortes é o mote do romance que Tordo publicou em 2021.

Na Conecta Fiction já nasceram projectos como Sixth Sense High: Paramnesia, da BeActive e estreada na SIC Radical e que está disponível na Opto/SIC (na edição de 2017), e foi apresentada a parceria inédita RTP/Globoplay em torno da adaptação do best seller de José Rodrigues dos Santos, Codex 632 (edição de 2022). No mesmo ano, Bruno Gáscon levou O Último Lobo, da SPi e da Caracol Studios, a Toledo, onde se tornou a primeira série portuguesa premiada no evento com um plano de desenvolvimento pela RTVE. Na edição anterior, Erro 404, da Santa Rita Filmes, esteve na CoPro Series em busca de parceiro de produção, e estreou-se este ano na RTP1 e RTP Play. Em 2020, Great Yarmouth, Provisional Figures, de Marco Martins, esteve na mesma secção Pitch CoPro, a par de Lisbon Noir, de Artur Ribeiro, e da comédia SemFiltro, de Joana Alves.

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