Pavilhão de Portugal na Bienal de Arte de Veneza já recebeu mais de 11.500 visitantes

“Artistas, estudantes e investigadores, galeristas, jornalistas, famílias e público em geral, vindas de todo o mundo”, visitaram o Jardim Crioulo de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala.

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Escultura Escola da Revolução, a peça central de Greenhouse, projecto das artistas-curadoras Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala matteo losurdo/ cortesia bienal de arte de veneza
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O Pavilhão de Portugal na Bienal de Arte de Veneza, que acolhe o projecto Greenhouse, das curadoras e artistas Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, já recebeu mais de 11.500 visitantes desde a abertura, em Abril.

De acordo com a Direcção-Geral das Artes (DGArtes), num comunicado divulgado esta quarta-feira, desde 20 de Abril, o Pavilhão de Portugal, instalado no Palazzo Franchetti, no Grande Canal de Veneza, recebeu "artistas, estudantes e investigadores, galeristas, jornalistas, famílias e público em geral, vindas de todo o mundo".

O projeto Greenhouse tem como protagonista um Jardim Crioulo onde há instalações que são palcos de coreografias, assembleias e educação militante.

De acordo com Mónica de Miranda, o jardim, que "vai ser cuidado" ao longo da bienal, é "pontuado por instalações, que também carregam jardins, esculturas que são palcos, esculturas móveis que se transmutam para o espaço, que recebem coreografias e onde vão acontecer escolas, que tentam replicar as assembleias de Amílcar Cabral [fundador e líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, que este ano completaria o 100.º aniversário], que aconteciam em florestas".

Na conferência de imprensa de apresentação do projecto, em Fevereiro em Lisboa, a artista revelou que no Jardim Crioulo haverá também escutas de rádio, para a qual contribuíram "vários pensadores", e o projecto "abre-se para mais artistas e outros curadores reflectirem".

Até Novembro, quando encerra a bienal, "convoca-se um público activo para fazer parte da experiência do projecto expositivo, que, além de ser uma experiência estética, expande-se e convoca vários pensadores, vários artistas, vários investigadores a reflectirem a própria temática do pavilhão".

As três curadoras, artistas e investigadoras constroem, com este projecto, "uma reflexão ecológica, histórica e colectiva, que o jardim traz em si".

"O jardim tem um tempo que é cíclico, traz o passado, o presente e o futuro. No passado traz todas as histórias de um legado colonial português, e desconstrói esse espaço a partir de práticas artísticas que apontam para o futuro, uma utopia de conseguir criar a partir da arte um lugar de encontros onde se estabelece um diálogo, que reflecte essas questões e traz novas alternativas para elas", referiu Mónica de Miranda, em declarações à Lusa, à margem da conferência de imprensa.

A 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza decorre até 24 de Novembro, sob o tema Estrangeiros em todo o lado, com curadoria do brasileiro Adriano Pedrosa, num ano marcado pelas guerras do presente e pelas memórias da violência do passado.

Este ano, o foco principal são "artistas que são eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, diaspóricos, emigrados, exilados ou refugiados - particularmente aqueles que se deslocaram entre o sul global e o norte global", sendo que "a migração e a descolonização serão temas-chave", de acordo com Adriano Pedrosa.

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